(Foto: Divulgação)

Com baixo rendimento, “Sol Nascente” está como o sinal de alerta ligado na Globo. Conforme antecipamos aqui no TV FOCO, a emissora já havia orientado os autores a promover mudanças na novela, trazendo mais ação e romance.

Em entrevista ao “UOL”, Suzana Pires, coautora do folhetim, confirmou a informação. “A novela vinha num clima mais de estrogênio, de construção das relações. Tinha uma atmosfera mais suave, o que já estava planejado, mas a gente viu que estava na hora de dar a virada. Agora vai ser uma novela com ação, com testosterona”, disse ela, que assina a novela junto com Walther Negrão e Julio Fischer.

“Geralmente quando tem que fazer mudanças bruscas é porque alguma coisa foi rejeitada. A rejeição é a crise de uma novela, mas nós não tivemos rejeição. A gente teve uma pesquisa que apontou o que tínhamos que fazer: aperta isso, mexe aquilo e vamos seguir o bonde. Foi uma calibragem de pneus. Não teve o pânico até porque estamos bem de audiência”, afirmou a autora.

O primeiro grupo de discussão identificou que 60% do público de “Sol Nascente” é formado por mulheres. Suzana revelou que as donas de casa entrevistadas contestaram bastante o ritmo da trama. “Elas falaram muito sobre o ritmo da novela, que podia acelerar, e nós concordamos. Mas elas identificaram uma coisa que era muito a nossa preocupação. Não é que tinha um ritmo lento, nós plantamos os personagens e as tramas para que quando apertássemos o ritmo, ninguém agisse sem ter um porquê muito sólido. Quando nós identificamos na pesquisa que os espectadores sabiam o porquê de cada personagem agir em detalhes, a gente falou: ‘Cara, a hora é essa’”, falou.

Suzana Pires. (Foto: Divulgação)

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Bruno Gagliasso e Giovanna Antonelli (Foto: Divulgação/TV Globo)

Desde o seu início a novela “Sol Nascente”, atual trama das seis dava sinais que daria um verdadeiro trabalho para a Globo. Com uma história focada na cultura oriental, assunto já abordado de certa forma na problemática “Negócio da China” de Miguel Falabella em 2008, a trama escrita por Suzana Pires realmente se transformou em um verdadeiro problemão.

Marcando índices na casa dos 18 e 19 pontos, “Sol Nascente” está muito abaixo dos 30 pontos que “Etâ Mundo Bom” de Walcyr Carrasco vinha marcando no horário. O fato é que a Globo demorou a admitir que a trama tinha problemas e agora está utilizando todas as suas armas para reverter o atual cenário catastrófico do folhetim.

A emissora passou a pedir para o elenco da trama a forte divulgação de “Sol Nascente” nas redes sociais e praticamente transformou tal “solicitação” em uma exigência, afinal a ordem é chamar o público. Longos intervalos comerciais, recontando a história e a disputa envolvendo o casal de protagonistas de Bruno Gagliasso e Giovanna Antoneli também ganharam força. Além disso, os grupos de discussão com telespectadores já foram abertos.

Por falar ainda no casal de protagonistas, Giovanna Antonelli no auge de seus 40 anos não poderia ser o par de Bruno Gagliasso com seus 34. O público não engoliu o casal, muito menos o fato de que Giovanna seria uma “japonesa” no folhetim. De quebra, a veterana Laura Cardoso que vinha iniciando seus trabalhos na trama e atraindo uma novela parcela de público que lhe segue, teve que dar um adeus repentino as gravações por conta de problemas de saúde. De fato a situação é complicada e já existe quem fale no encurtamento de “Sol Nascente”.

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Alice (Giovanna Antonelli) e Mario (Bruno Gagliasso) em cena de “Sol Nascente”
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

Sol Nascente, nova trama das seis da Globo, segue sempre na meta ou um pouco acima dela, que é de 20 pontos para o horário, mas em outras capitais do Brasil, a situação não é tão “boa” assim.

Isso porque algumas novelas do SBT, mesmo em plena tarde, marcam mais que o folhetim de Walther Negrão e seus outros dois titulares.

Não apenas as mexicanas, mas também “Cúmplices de Um Resgate”, “Carrossel” e até “A Terra Prometida” marcam mais do que a trama global em algumas capitais.

A exemplo disso, temos Manaus, em que “Sol Nascente” teve média de 16,8 pontos na semana passada e “A Gata” e “Abismo de Paixão” a superaram com 19,6 e 19,1 pontos respectivamente.

Em Goiânia, na semana passada, a trama praiana, que conta com um “japonês” nada convincente, teve média de 15,5 pontos. A novela bíblica da Record marcou 16,0, “Cúmplices” 17,5 e “Carrossel” 16,3.

Já em Fortaleza, por pouco a novela global não empatou com o folhetim protagonizado por Larissa Manoela no SBT: 18,2 a 18,1. “A Terra Prometida” marcou 13,2 de média semanal na capital da terra do sol.

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Mario (Bruno Gagliasso) e Alice (Giovanna Antonelli) em cena de “Sol Nascente”
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

A atual novela das seis, “Sol Nascente”, entrou em sua terceira semana em queda na audiência. Ela, que recebeu nas alturas de “Eta Mundo Bom”, com índices acima dos 30 pontos, marcou apenas 21 de média em São Paulo e 24 no Rio, em sua segunda semana.

Esse resultado foi inferior ao que ela acumulou em sua semana de estreia, 24 em São Paulo e 26 no Rio, e no capítulo desta terça-feira (13), ela bateu seu recorde negativo na Grande São Paulo, 19.6 de média. Porém, seus primeiros capítulos superam várias antecessoras.

A média dos doze primeiros episódios levados ao ar é de 22 em São Paulo e 25 no Rio, e o folhetim de Walter Negrão tem a segunda audiência mais alta dos últimos cinco anos na faixa, só ficando atrás de “Êta mundo bom!”, que teve 23 em São Paulo e 26 no Rio.

A informação é da colunista Patrícia Kogut.

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(Foto: Divulgação)

A novela “Êta Mundo Bom” chegou em sua reta final na Globo com médias de até 35 pontos, índices de audiência não vistos no horário das seis, há pelo menos 7 anos. O sucesso foi muito positivo e a emissora carioca parecia que tinha conseguido recuperar o público perdido de suas novelas do começo de noite.”Parecia”!

O fato é que a Globo, após apostar em uma trama leve, rural e bem humorada, resolveu voltar com tudo para a “modernidade”, e o pior, quis colocar a cultura japonesa em destaque com atores “falsificados” como diz a minha colega Fabiola Reipert. Sim, nem mesmo o elenco é japonês e o público não é “besta” mesmo.

Com “Sol Nascente” que derrubou a audiência do horário logo em seus primeiros capítulos, a Globo parece ter se esquecido que passou nos últimos tempos momentos de tensão com suas novelas por achar que tinha muita “gordura” para queimar e que o público aceitaria qualquer coisa.

Assista ao nosso programa de fofocas dessa semana:

“Sol Nascente” promete ser uma novela morna, com um elenco de peso, mas subaproveitado. É complexo dar um parecer para uma trama ainda em seu início, mas podemos afirmar que um estrago inicial já foi feito e que aos poucos o folhetim começa a ganhar rejeição dos telespectadores.

Em “Sol Nascente”, Giovanna Antonelli é uma japonesa (Foto: Globo/João Miguel Júnior)

Aaron Tura

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