Xuxa e outros grandes artistas já se tornaram alvos de uma polêmica que podem ser os maiores erros de suas carreiras: o blackface

Xuxa, Paulo Gustavo, Eduardo Sterblitch e outros artistas já se tornaram agentes de uma terrível polêmica na tela da televisão e precisaram se desculpar publicamente em anos passados. Os artistas já fizeram blackface, que é uma prática em que atores brancos se caracterizam como pessoas negras apenas para reforçar estereótipos e características de afrodescendentes de forma escrachada.

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O blackface é considerado uma prática racista e foi muito usado até pouco tempo. Nos últimos anos, produtoras e emissoras estão escondendo registros de quando foi usado o artifício, principalmente em atrações de humor, como aconteceu na reprise da novela “Êta Mundo Bom!”, quando o personagem de Marco Nanini deveria aparecer caracterizado como um homem negro e as imagens foram derrubadas pela Globo.

Xuxa já fez uma personagem nesse mesmo estilo, em 1991, quando participou do especial de fim de ano “Grande Otelo”, quando surgiu como a Boneca de Pixe. Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, a apresentadora afirmou que concorda em aprender com os erros do passado, mas não acha que pintar o rosto seja uma prática errada.

Paulo Gustavo, em 2016, fez blackface em um episódio de “220 Volts” e após as críticas fez questão de se desculpar com o público. Ele afirmou ter reconhecido o seu erro: “Eu não quero de forma alguma ser agente dessa dor, corroborar com preconceitos e manter o status quo de uma sociedade que necessita melhorar”.

Rodrigo Sant’Anna, conhecido por viver a Valéria do “Zorra Total”, interpretou a personagem Adelaide, que tinha o rosto pintado, traços exagerados e chocava com atitudes. A Globo foi alvo de uma enxurrada de críticas e afirmou que a culpa não era do humorista, já que o roteiro foi escrito pelos criadores do programa. O artista, por sua vez, não concordou com as críticas que recebeu.

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Eduardo Sterblitch, também da Globo, se envolveu em escândalo em 2015 e foi denunciado por uma comissão da OAB após fazer blackface no “Pânico na Band”. Em maio deste ano, um perfil no Twitter voltou no assunto e o artista afirmou que o episódio foi um dos maiores arrependimentos de sua carreira.

Vocês lembram quando o Pânico na Band criou um personagem chamado Africano? Interpretado pelo Eduardo Sterblitch, extremamente caricato, não falava, apenas gritava e dançava de maneira animalesca pic.twitter.com/v7vhVer7IW

— Atailon (@atailon) May 9, 2020

Eu tenho muita vergonha disso.
Peço perdão todos os dias.

— Eduardo Sterblitch (@edu) May 10, 2020

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Rudy Landucci se fantasiou de negro em emissora de TV (Foto: Reprodução)

A Globo se envolveu em uma grande polêmica nos últimos meses por conta do elenco da novela Segundo Sol, exibida atualmente no horário das 21h. Ambientada na Bahia, a trama vem recebendo críticas por conta do elenco majoritariamente branco, sendo que a população do estado é negra e a emissora vem sendo denunciada por movimentos sociais.

Outro canal passou a ser acusado de racismo após a exibição de um programa humorístico. Trata-se do FoxSports Brasil, que foi criticado após fazer uma imitação do técnico Roger Machado, do Palmeiras. Para fazer a imitação do treinador, que é negro, o humorista Rudy Landucci pintou sua pele para se aproximar do tom de pele.

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Acontece que essa é uma prática que é criticada por alguns historiadores. Apelidada de blackface, o ato de um branco se fantasiar de negro já foi feito no passado em teatros com o objetivo de ridicularizar os afro-descendentes, o que não foi a intenção do canal esportivo.

ASSOCIAÇÃO PROCESSA A GLOBO

Uma novela dentro da novela. O baixo número de negros na novela Segundo Sol, que é ambientada na Bahia, continua dando o que falar e vem promovendo dor de cabeça para a Globo. Mais uma vez, o assunto foi parar na justiça por conta de um processo movido por uma associação. Trata-se da União de Negros Pela Igualdade (Unegro), que entrou no dia 14 de maio com uma ação que pede mudança radical no elenco da novela para que represente a verdadeira diversidade racial do estado. Ângela Guimarães, presidente da entidade e filiada ao Partido Comunista do Brasil (PC do B), explicou a ação em entrevista à Veja.

“Vem das denúncias que o movimento negro já faz há décadas da ausência de representatividade negra na televisão brasileira. Agora, estamos falando especificamente de uma novela da Rede Globo que se passa na Bahia. Mas a gente pode estender para o conjunto da programação das TVs. Porque a gente não vê os cerca de 54% de população negra do país refletidos nos apresentadores de telejornais, nos repórteres, nos personagens das novelas”, contou.

Ousado, o movimento pede uma porcentagem grande de negros na novela das 21h: “Queremos a incorporação da real proporcionalidade da população negra do estado no elenco da novela. Nós queremos 80% de negros. Esse é o nosso vetor da mobilização. Quando for no Sul do país, a gente aceita ser 12%, 15%, 20%. Mas, sendo na Bahia, em Salvador, onde cada poro da cidade respira a herança africana, desejamos ser 80%, que é quanto nós somos aqui“, revelou.

Ângela ainda reclamou do esteriótipo do baiano que é apresentado pela emissora: “Entre as poucas novelas que retratam a Bahia, 90% delas fazem isso de forma estereotipada. Porque nós não nos reconhecemos naquele sotaque, nos estereótipos da baiana brejeira, sensual e sempre disponível para o sexo, do baiano preguiçoso ou do malandro. Não nos reconhecemos nessas tramas. O que nós queremos é, de forma educativa, levar a Globo e outras televisões brasileiras a compreenderem que vivemos outro momento histórico, no qual a maioria da população já se autodeclara negra e há uma explosão de movimentos de afirmação dessa negritude. Queremos trazer as televisões para o século XXI“.

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(Foto: Reprodução)

Um dos participantes da atração “Jogo de Panelas”, do “Mais Você”, usou uma fantasia de Nega Maluca nesta segunda-feira (12/12).

O concorrente William usou a roupa e foi acusado da prática conhecida como “black face” — caracterização de personagens com estereótipos racistas atribuídos aos negros.

“E o blackface no ‘Mais Você’, hein amadas? Quando vão aprender que ‘fantasia de Nega maluca’ é deveras desrespeitoso e racista? Só parem”, escreveu uma usuária. “Ninguém vai falar do cara vestido de ‘nega maluca’ no ‘Mais Você’, não? Blackface é racismo também, gente”, opinou outro.

O participante justificou-se afirmando que “tudo que fala de diversidade traz alegria”.

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Foto: Reprodução

O programa “Mais Você”, de Ana Maria Braga, recebeu uma enxurrada de críticas na manhã desta segunda-feira (12), após surpreender o público com uma polêmica de teor racista, durante o reality show “Jogo das Panelas”.

O jantar preparado por Willian tinha como tema o “sexo oposto”, e os convidados deveriam se vestir a caráter. Mas William surpreendeu ao decidir se pintar de preto para “interpretar” uma negra, a famosa “Nega Maluca”.

A atitude não foi considerada nada engraçada pelos telespectadores, que criticaram a “blackface”, prática que é condenada, pois a pessoa tinge o rosto de preto, de uma maneira caricata, para interpretar personagens negros.

https://www.youtube.com/watch?v=k8v9zLd3tg4

Para completar, a apresentadora ainda elogiou o participante: “Ele caprichou tanto que eu nem sabia que era ele”. Confira algumas críticas:

não foi minha intenção. Mas não posso não ser responsável. Preconceito velado não dá.

— Rafa o Tex (@rafaftex) December 12, 2016

não moço: "será que ele é" é homofóbico, nega maluca é racista, cor femina é machismo.

— Rafa o Tex (@rafaftex) December 12, 2016

Liguei a TV e já fui atacada com um blackface no Mais Você. Dia normal na televisão brasileira.

— Débora (@debzsoares) December 12, 2016

Eu ligo a tv para distrair e me deparo com um cara fazendo blackface no mais você a essa hora da manhã. Acaba, mundo

— Michele (@hey1dorothea) December 12, 2016

https://twitter.com/luisereis/status/808286496134467584?ref_src=twsrc%5Etfw

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(Foto: Divulgação)

Após ser acusado de racismo por interpretar a personagem Ivonete, um mulher negra e caricata, e de praticar blackface,  que é uma técnica de maquiagem em que pessoas brancas pintam-se de negras para imitá-las de forma caricata, Paulo Gustavo fez uma nova postagem no sábado (18), com a personagem sem maquiagem, e se desculpou pelo acontecido.

“Nesses últimos dias li, ouvi, pensei e entendi que há uma longa discussão sobre o uso de “blackface” muito anterior e muito maior do que eu, minha carreira, minha personagem e o 220 volts, por isso decidi refazer a Ivonete sem que ela pareça uma caricatura risível da mulher negra. Ela não é. Ivonete é esperta, crítica, consciente e questionadora. É uma brasileira que passa por todas as dificuldades absurdas que todos passamos como a falta transporte eficiente, sistema de saúde precário, violência, etc etc etc… Ela se revolta, reclama, exige, sofre, mas não perde o rebolado, mantém-se de cabeça erguida, forte, guerreira e sobretudo alegre. Mas o blackface historicamente remete a experiências que são dolorosas para muitas pessoas e, mesmo não sendo a intenção, eu peço desculpas se ofendi ou magoei alguém. Eu posso pintar minha pele, posso fingir, representar, tentar dar voz a essa mulher, mas eu nunca saberei de verdade como é ser uma mulher negra. Nos textos, a alegria da personagem não fazia dela uma alienada, mesmo assim eu compreendi que a negra animada é um estereótipo que os movimentos negros combatem com razão pois na vida real, muitas vezes, não é nada engraçado. Apesar de conhecer e adorar muitas Ivonetes, ser negro no Brasil é difícil sim. Como ser mulher também é difícil; como ser gay também é difícil”, lamentou.

Na continuação do texto, o Paulo ressalta que não teve a intenção de destacar preconceitos e que, na vida pessoal, busca lutar contra eles. Como exemplo, Paulo Gustavo cita ter assumido publicamente seu casamento com o médico Thales Bretas:

“Tanto na minha arte quanto na minha vida pessoal tenho feito o que posso pra tentar transformar o mundo num lugar melhor. Casei com o Thales, assumi isso publicamente, mudei minha certidão. Entendo que temos um grande processo de conscientização sobre o racismo, o machismo e a homofobia no Brasil e ele vem passando por etapas dolorosas. Eu não quero de forma alguma ser agente dessa dor, corroborar com preconceitos e manter o status quo de uma sociedade que necessita melhorar. Todos nós precisamos conversar e pensar mais a respeito. Eu tenho feito isso. Eu e a Ivonete”.

Além do pedido público de desculpas, o humorista afirmou que vai refazer sua personagem.

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Walcyr Carrasco (Foto: Divulgação)

O autor Walcyr Carrasco, que escreve a atual novela das seis, “Eta Mundo Bom”, começou a ser acusado de racismo nas redes sociais, após anunciar que faria um “blackface” no personagem de Marco Nanini em sua trama.

Na pele de Pancrácio, o ator se pintaria de cor escura para se fantasiar de uma pessoa negra, para pedir esmola nas ruas. Diante disso, as críticas foram muitas, e o dramaturgo não ficou calado, rebateu os comentários.

Em seu perfil oficial no Twitter, ele se defendeu, dizendo que “um menino negro é o protagonista”, se referindo ao personagem Pirulito, interpretado pelo ator JP Rufino. Ele reclama ainda do “politicamente correto”.

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Segundo ele, nos dias de hoje, “o mundo perdeu o humor!”. “Eu só peço, amigos da comunidade negra. Entendam que humor é humor. Um homem que vive de disfarces entre muitos, poderia sim fazer um negro”, explica.

Confira todos:

Com essa exigencia do politicamente correto, o mundo perdeu o humor!

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Acusam de racismo pq um dos disfarces de @marconanini em @EtaMundoBomm é de negro. É um absurdo! Na novela, um menino negro é protagonista!

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Uma das grandes cenas do cinema brasileiro foi com Grande Otelo, grande comediante negro, fantasiado de Julieta É racismo contra os brancos?

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Eu só peço, amigos da comunidade negra. Entendam que humor é humor. Um homem que vive de disfarces entre muitos, poderia sim fazer um negro.

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Então vá cuidar da sua vida, @Rosaninha_2014 em vez de me atacar aqui. Chata! @marconanini @EtaMundoBomm

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Sinceramente não vou aderir ao radicalismo do politicamente correto. Humor é humor. @joaovictorint6 @marconanini @EtaMundoBomm

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

E vc não tem o direito de dar opinião pq a cena nem foi ao ar @Rosaninha_2014 @marconanini Antes de criticar, verifique

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Eu só quis dar um exemplo, não existe racismo reverso. @EuFaladeira Mas é exagero porque a cena não foi ao ar para ser julgada

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Então assiste antes de dar opinião. Como você disse, depende.@pipoca_ @marconanini @EtaMundoBomm

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

Leiam meu livro "Irmão Negro" infanto juvenil (ed Moderna) q denuncia o racismo no mundo atual. E aconselhem, pq mostra a sua causa!

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

E mais tarde, @marconanini fará uma gueixa. Entre tantos personagens, vão dizer que é preconceito contra os orientais! Santo Deus!

— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) March 6, 2016

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