Loja tradicional de móveis fecha as portas e deixa centenas de clientes e na mão e denúncias expõe a real situação

Uma das mais tradicionais redes de móveis do Nordeste, presente em cidades como Salvador, Bahia, encerrou suas atividades e fechou suas portas de forma abrupta em fevereiro de 2023.

Trata-se do Sofá Design, cuja queda arrastou com ela a confiança de centenas de consumidores, uma vez que foi marcada por calotes e até “sumiços”.

A situação se arrasta até hoje, mais de um ano depois, com a empresa ainda em recuperação judicial e uma avalanche de denúncias em canais como:

• Reclame Aqui;
• Portais jurídicos;
• Delegacias especializadas.

Mas como essa crise ganhou forma? Pensando nessa resposta, a equipe especializada em economia do TV Foco, baseada em informações oficiais bem como detalhes expostos pelas redes sociais e do Blog de Gustavo Negreiros, traz abaixo mais detalhes sobre essa situação e como clientes podem prosseguir diante de fatos como esse.

Cronologia da crise do Sofá Design:

• Primeiros sinais – início de fevereiro de 2023: No dia 4 de fevereiro de 2023, tudo parecia normal. A empresa ainda anunciava promoções em suas redes sociais e mantinha o funcionamento habitual das lojas. Porém, dois dias depois, os primeiros indícios de colapso surgiram: duas unidades foram fechadas sem aviso, e um galpão logístico foi esvaziado às pressas.

• Comunicação interrompida – 6 de fevereiro de 2023: A partir desta data, clientes começaram a relatar o sumiço da empresa. Nenhum atendimento, nenhuma resposta por e-mail, telefone ou redes sociais. Foi aí que o desespero tomou conta e levou consumidores a criarem grupos em aplicativos de mensagem, tentando, por conta própria, entender o que estava acontecendo.

• Onda de protestos – semanas seguintes: Sites como Reclame Aqui e redes sociais foram inundados com relatos de consumidores que haviam pago por móveis sob encomenda e simplesmente não receberam os produtos. As queixas vinham de várias capitais do Nordeste — Salvador, Natal, Recife, João Pessoa e Fortaleza — e somavam mais de 700 registros.

As quais aparecem até hoje, conforme podem ver na imagem abaixo:

Investigação policial e pedido de recuperação

Com o aumento dos casos, até mesmo a Polícia Civil do Ceará, por meio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), abriu uma investigação para apurar se os relatos se configuravam como estelionato.

A principal linha de investigação apurava se houve intenção deliberada de enganar os consumidores, visto que as vendas continuaram mesmo diante da iminência de fechamento.

• 21 de março de 2023 – Recuperação Judicial: A 22ª Vara Cível da Comarca de Natal deferiu o pedido de recuperação judicial do grupo. A empresa justificou a crise com base em fatores macroeconômicos, como a alta dos insumos e os juros elevados, e afirmou que tomaria medidas para honrar os compromissos com clientes e fornecedores.

Comunicado oficial da rede:

De acordo com o blog de Gustavo Negreiros, ainda em fevereiro de 2023, a empresa chegou a emitir uma nota esclarecendo a situação após os fatos virem à tona, explicando a crise pela qual ela atravessava e as medidas que tomaria:

Veja na íntegra:

“A loja Sofá Design vem a público comunicar que está passando por um momento de reestruturação organizacional com o objetivo de superar a profunda crise econômica provocada pela intensa alta do preço dos insumos de produção e a rápida elevação das taxas de juros.

A empresa submeterá ao Poder Judiciário pedido de recuperação judicial, além de já ter adotado medidas de diminuição de despesas, a partir do fechamento de lojas deficitárias e a diminuição do seu quadro de funcionários. 

Neste momento, todos os esforços estão concentrados na regularização da fabricação e entrega dos móveis comercializados, honrando o compromisso assumido com os seus clientes e com uma história de décadas de atuação no Estado do Rio Grande do Norte, com expansão para outros estados brasileiros.

Nas redes sociais, a rede também se manifestou, conforme podem ver por aqui*.

Onde está a Sofá Design em 2024?

Mesmo após o início da recuperação judicial, os problemas continuaram.

Em março de 2024, a empresa publicou comunicado dizendo que passaria a atender clientes com pendências de forma agendada, individualmente.

Contudo, relatos ainda denunciavam que muitos consumidores ainda aguardam entregas ou reembolsos.

De acordo com dados do site JusBrasil e Escavador, a Sofá Design continua em recuperação judicial em 2025, com dezenas de processos ativos, a maioria no estado da Bahia.

Em Salvador, a Delegacia da Pituba já havia registrado, até março de 2023, 30 queixas formais.

O que os clientes que se sentem lesados por uma loja ou empresa devem fazer?

Vale destacar que, independentemente se o caso foi com o Sofá Design ou com qualquer outra empresa do segmento, os clientes podem e devem ir atrás dos seus direitos caso se sintam lesados.

Para isso, basta seguir o passo a passo abaixo:

• 1. Reúna todos os documentos da compra: Primeiramente, junte suas notas fiscais, comprovantes de pagamento, orçamentos assinados, mensagens e protocolos de atendimento. Qualquer documento que comprove a transação é essencial para entrar com ação judicial ou registrar queixa formal.

• 2. Registre um boletim de ocorrência: Procure uma delegacia, preferencialmente de Defesa do Consumidor ou especializada em crimes econômicos, e registre a queixa. Esse documento é importante tanto para fins legais quanto para pressionar autoridades a investigar o caso.

• 3. Acione o Procon da sua cidade: O Procon pode intermediar a negociação com a empresa e aplicar sanções administrativas. O registro também fortalece a atuação coletiva dos órgãos de defesa do consumidor.

• 4. Inicie uma ação judicial no Juizado Especial Cível: Por fim, com os comprovantes em mãos, o cliente pode processar a empresa por danos materiais e morais. Em casos com valores de até 20 salários mínimos, o consumidor não precisa de advogado. Para valores superiores, é recomendável buscar assessoria jurídica.

Conclusão:

O caso Sofá Design é um retrato cruel da instabilidade empresarial em tempos de crise.

Clientes lesados e uma empresa que, após décadas de atuação, se vê imersa em dívidas e denúncias.

Enquanto a recuperação judicial segue tramitando, clientes lesados ainda aguardam por respostas concretas.

Porém, se você quiser saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *

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Crise e falência atingiram duas varejistas, presentes em grandes shoppings de São Paulo, deixa milhares de consumidores entristecidos

Em um mercado cada vez mais difícil, ainda mais após o período pandêmico, mesmo as varejistas mais badaladas, reconhecidas por sua presença marcante nos shoppings e seu apelo ao público, não estão imunes a crises que podem comprometer sua sustentabilidade.

A ascensão do comércio eletrônico, mudanças nos hábitos de consumo, crises econômicas e má gestão interna são fatores que frequentemente colocam em risco empresas que antes pareciam inabaláveis.

Infelizmente, em alguns casos, esse cenário acaba culminando em uma inevitável falência, o que deixa milhares de consumidores em choque.

Neste contexto, a partir de informações coletadas através do CNN, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz dois casos impactantes envolvendo grandes nomes do varejo:

• Saraiva: Teve sua falência decretada em outubro de 2023, após uma série de adversidades e um longo período de recuperação judicial.

• Livraria Cultura: Atravessou crises desde 2015, porém, após dívidas e uma série de fechamentos, ressurgiu das cinzas e voltou a reabrir 2 lojas no coração de São Paulo, em outubro/ dezembro de 2024.

2- Saraiva

Querida em todos os shoppings do país, principalmente de São Paulo, a notícia de falência da Saraiva foi um verdadeiro “chute no estômago” de muitos amantes de livros, música e cultura geek em geral.

Após cinco anos em recuperação judicial, a empresa pediu falência em outubro de 2023, segundo a CNN.

Essa recuperação, inclusive, se deu após a mesma alegar uma dívida/calote de R$674 milhões, na época, conforme dados do Jus Brasil.

• Através de um  comunicado oficial, ela informou que a RSM Brasil Auditores Independentes não prestaria mais serviços de auditoria à rede.

• No dia 07 de outubro, a 2º Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou em DEFINITIVO a falência da mesma, tendo assim, o sonho oficialmente acabado …

• Com isso, a empresa encerrou suas atividades e um administrador judicial passou a gerenciar seus bens, leiloando-os.

De acordo com as informações que constam dos documentos da recuperação judicial da Saraiva, a companhia já não possuía mas nenhum imóvel.

Dentre os bens detidos pela empresa estão listados:

• Bens móveis (máquinas, equipamentos, móveis): R$ 15 milhões

• Estoque de 486 mil livros, 108 mil itens de papelaria e 28 mil itens de outras mercadorias: R$ 21 milhões
• Valor a ser recebido em processos judiciais: R$ 250 milhões

Em setembro, a empresa fechou todas as lojas físicas, causando demissões em massa, e migrou totalmente para o e-commerce.

1- Livraria Cultura:

A livraria já vinha enfrentando uma forte crise desde meados de 2015, após o encolhimento do mercado editorial.

De acordo com o portal G1, ainda no ano de 2018, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial e, desde então, passou a arrastar uma crise que cerca de 6 anos:

• Em junho de 2023, após conseguir uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suspender sua falência, a Livraria Cultura reabriu as lojas na capital paulista e em Porto Alegre.

• Porém, o STF negou, em fevereiro de 2024, o pedido da Livraria Cultura para suspender o despejo da loja na Paulista, mesmo em recuperação judicial.

• Ainda de acordo com o G1, diante disso, as lojas tiveram suas portas fechadas novamente em abril de 2024. À época, a unidade da paulista acumulava dívidas de aluguel que ultrapassam o valor de R$ 15 milhões que se alastravam desde 2020*, como podem ver através desse link*

Ao procurar declarações dadas pela Livraria Cultura sobre o ocorrido, na época, as mesmas não foram encontradas.

Ressureição

Apesar da notícia ter causado um impacto avassalador, ela praticamente acaba de passar por uma virada chocante.

Isso porque a empresa “ressuscitou” no dia 28 de maio, quando confirmou sua reestruturação.

Obviamente que a notícia chegou como um verdadeiro alento para a alegria de milhares de apaixonados e entusiastas dessa rede tão amada.

Na época, a previsão era para que a abertura ocorresse em agosto de 2024, porém o dia exato ainda não havia sido divulgado.

O anúncio veio quase dois meses após o fechamento da icônica loja do Conjunto Nacional, vítima da falência da rede

Melhor duas do que uma

Uma nova unidade ocupa um casarão histórico na Avenida Angélica, no coração de Higienópolis, enquanto a outra está situada em uma galeria em Pinheiros, na Zona Oeste da capital.

A retomada da operação vinha sendo sugerida pela Livraria por meio das redes sociais.

As imagens do casarão no Instagram já criaram expectativa, conforme podem ver na imagem abaixo:

Em suas redes sociais oficiais, a Livraria Cultura chegou a postar alguns preparativos do que se acredita ser os interiores da sua “nova casa”, com um olhar curioso do que estaria por vir, como podem ver na imagem abaixo:

Mas a Livraria Cultura reabriu?

Finalmente, em outubro de 2024, de acordo com o portal Estadão, a nova loja está oficialmente aberta e se localiza no citado casarão da Avenida Angélica, 1212, no bairro Higienópolis, em São Paulo.

O imóvel, que já abrigou agências do Bank Boston e do Itaú Personnalité, foi revitalizado para receber a livraria.

No dia 26 de outubro, o perfil oficial da empresa no Instagram compartilhou fotos e vídeos do novo local, que conta com uma fachada branca e diversas prateleiras cheias de livros em seu interior.

Loja de pinheiros:

Agora, no último dia 02 de dezembro de 2024, a Livraria Cultura inaugurou também a prometida loja em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

A abertura foi anunciada neste domingo, 1º, quase dois meses depois de outra unidade ser aberta em um casarão histórico do bairro Higienópolis.

A unidade está localizada na Rua Fernão Dias, próximo ao Largo da Batata e faz parte do Complexo Lapi que se instalou na região e é responsável pela inauguração de diversas lojas do segmento cultural e gastronômico no local.

Recentemente, a segunda unidade do tradicional Coffe Lab, da barista Isabela Raposeiras, também abriu sua segunda unidade no bairro.

Considerações finais:

Em suma, o setor varejista, especialmente o de livros, sofreu grandes perdas nos últimos anos.

Gigantes como a Saraiva encerraram suas atividades após anos de dificuldades financeiras.

No entanto, a Livraria Cultura, após um período conturbado, conseguiu se reerguer e reabrir duas novas lojas em São Paulo, apostando em um novo formato e em locais históricos da cidade.

Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.

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