Estudo revela técnica promissora que pode destruir até 100% das células do câncer de mama. Pesquisadores abrem esperança para tratamentos mais eficazes

Uma nova e promissora estratégia terapêutica pode mudar o rumo do tratamento contra o câncer de mama, podendo matar até 100% das células causadoras da doença.

Segundo um estudo publicado na revista científica Nature Metabolism, pesquisadores descobriram uma técnica capaz de impedir que células cancerígenas se adaptem à ausência da glutamina.

Conforme apurado pelo TV FOCO, o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres e se desenvolve a partir do crescimento anormal das células da mama.

Um dos principais combustíveis usados por células tumorais para crescer e se multiplicar é a glutamina, um aminoácido abundante em alimentos como carnes, ovos, leguminosas e alguns vegetais.

De acordo com informações divulgadas pela CNN, pesquisas anteriores já haviam demonstrado que privar as células cancerosas de glutamina poderia inibir seu crescimento.

No entanto, ensaios clínicos recentes revelaram que as células conseguem contornar essa escassez, ativando uma via metabólica que converte glutamina em alfa-cetoglutarato, um metabólito que sustenta sua sobrevivência.

Esse mecanismo de adaptação era justamente o obstáculo que tornava a privação da glutamina menos eficaz em tratamentos clínicos reais.

Mas o novo estudo foi além. Ao invés de apenas retirar a glutamina, os cientistas inibiram também essa via adaptativa, essencial para que as células resistissem à escassez do aminoácido.

Tumores encolheram e células cancerígenas morreram

Os testes foram realizados em camundongos com câncer de mama e em tecidos derivados de pacientes humanos cultivados em laboratório.

A combinação de inibidores da captação de glutamina e da via metabólica de adaptação matou as células cancerígenas, interrompeu o crescimento dos tumores e, em muitos casos, fez com que eles encolhessem significativamente.

De acordo com o professor assistente Michael Lukey, do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), o avanço abre portas para uma nova classe de terapias que atacam diretamente o “vício metabólico” do câncer.

“Poderíamos mirar o metabolismo da glutamina? Sabemos que as células se adaptam a isso. Então, poderíamos mirar simultaneamente sua resposta adaptativa inibindo a via?”, questionou o pesquisador ao descrever o raciocínio por trás da descoberta.

Além disso, os camundongos tratados permaneceram saudáveis durante os testes, o que é um forte indicativo da segurança potencial da abordagem combinada.

Esperança para casos mais difíceis

Um dos pontos mais promissores do estudo é seu potencial contra as metástases, especialmente as cerebrais, que, atualmente, carecem de terapias eficazes.

O novo tratamento tem o objetivo de desligar os mecanismos de sobrevivência das células tumorais, que costumam ser muito agressivas quando se espalham para o cérebro ou outros órgãos.

Os pesquisadores estão agora conduzindo novos estudos para testar os inibidores de forma mais ampla.

A expectativa é de que, no futuro, eles possam ser integrados a tratamentos clínicos e melhorar significativamente a resposta dos pacientes, principalmente em estágios avançados do câncer de mama.

Considerações finais

• A descoberta representa um avanço significativo na oncologia, oferecendo uma abordagem dupla e poderosa.
• Bloquear o acesso das células tumorais à glutamina e, ao mesmo tempo, impedir que elas ativem suas rotas alternativas de sobrevivência.
• Com potencial para eliminar até 100% das células cancerígenas em testes laboratoriais e em animais, essa técnica pode revolucionar o tratamento de um dos tipos de câncer mais prevalentes no mundo.

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