A atriz e rainha de bateria do Império Serrano Quitéria Chagas esteve na capa da Revista Quem, contando a sensação de completar 25 anos de Carnaval, a sua trajetória dentro do samba e, claro, as suas expectativas para o desfile deste ano.

Um dos maiores nomes na luta pela representatividade das mulheres dentro do samba, que sofreram por muito tempo com uma desvalorização muito grande, Quitéria revela que hoje sente que teve o seu dever cumprido, depois de passar por muitos obstáculos em sua trajetória.

“É uma sensação de missão cumprida. Passei por muitas lutas e barreiras, mas fiz tudo isso para dar valor à mulher do samba, que foi historicamente marginalizada. A cada desfile, a cada conquista, vejo o quanto somos fortes, e o samba é um reflexo de nossa história, da nossa luta”, disse Quitéria.

A rainha tem uma relação de longa data com o Império Serrano, que foi o berço de nomes como Dona Ivone Lara e Arlindo Cruz, tendo vivido mais de vinte anos ali, ressaltando a importância da escola para o Carnaval, sendo pioneira de muitos elementos vistos hoje em dia. “Tem toda uma ancestralidade viva na bateria e na escola. Foi no Império Serrano que nasceu o reco-reco, a frigideira que deu origem ao tamborim, o agogô de quatro bocas, símbolo e referência da bateria; além de destaques, fantasias, comissão de frente, ala coreografada… Muito do que existe foi invenção da nossa escola”.

Comemorando 25 anos de Carnaval neste ano, Quitéria Chagas foi pioneira no universo do samba, também tendo sido a primeira rainha de bateria a atuar na televisão, onde trabalhou anteriormente com Carla Perez e Gugu, depois estrelando a novela “Páginas da Vida”, em 2007. Em 2025, a rainha tem o lançamento de sua autobiografia programado, onde contará mais sobre sua trajetória, suas lutas em busca da valorização das mulheres e barreiras enfrentadas em sua carreira.

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