legislação hospitalar - TV Foco O TV Foco desde 2006 leva as melhores notícias da tv para milhares de brasileiros todos os dias. Tudo sobre tv e famosos, novelas, realities. Wed, 29 Oct 2025 05:38:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://statics.otvfoco.com.br/2020/01/cropped-favicon-32x32.png legislação hospitalar - TV Foco 32 32 Dívida de 9,5B: A falência de rede de saúde, com 31 hospitais, e beneficiários assustados em país https://tvfoco.uai.com.br/falencia-de-rede-de-saude-cliente-assustados-em-pais/ Wed, 29 Oct 2025 10:30:00 +0000 https://tvfoco.uai.com.br/?p=2503457 Falência de rede de saúde expôs rombo de 9,2 bi e desencadeia crise hospitalar em país, forçando intervenção política e venda de ativos A Steward Health Care, uma das maiores redes de saúde privadas dos Estados Unidos, viveu uma ascensão vertiginosa, seguida por um colapso igualmente devastador. Fundada em 2010, a empresa chegou a administrar […]

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Falência de rede de saúde expôs rombo de 9,2 bi e desencadeia crise hospitalar em país, forçando intervenção política e venda de ativos

A Steward Health Care, uma das maiores redes de saúde privadas dos Estados Unidos, viveu uma ascensão vertiginosa, seguida por um colapso igualmente devastador.

Fundada em 2010, a empresa chegou a administrar impressionantes 31 hospitais em oito estados americanos, sendo, por anos, o símbolo do sucesso do modelo de saúde privado, impulsionado por capital de investimento.

No entanto, em maio de 2024, a rede entrou e protocolou oficialmente um pedido de falência sob o Capítulo 11 da lei norte-americana, após acumular um rombo financeiro estimado em US$ 9,2 bilhões.

A queda da Steward não apenas abalou o setor de saúde, mas expôs a fragilidade crítica de um sistema altamente dependente de capital especulativo e de operações financeiras complexas.

Sendo assim, com base nos portais Wiki e WBZ, trazemos abaixo mais detalhes desse colapso e as consequências geradas por ele em todo o sistema de saúde norte-americano.

Uma ascensão meteórica

A Steward construiu seu império hospitalar por meio de uma estratégia agressiva e arriscada de endividamento via venda de ativos.

A empresa adotou o polêmico modelo Sale-Leaseback (venda e aluguel de volta), que funcionava assim:

  • Ela vendia os imóveis (prédios) de seus hospitais para grandes fundos imobiliários especializados em saúde, como a Medical Properties Trust (MPT);
  • Imediatamente ela recompraria o uso dos hospitais por meio de caríssimos contratos de aluguel de longo prazo.

Essa engenharia financeira injetou liquidez imediata para permitir que a companhia crescesse rapidamente, adquirindo novas unidades.

Contudo, ela também criou um passivo de proporções insustentáveis: a Steward se tornou refém dos altos aluguéis.

O ápice do desequilíbrio se deu entre 2016 e 2023, quando a empresa continuou distribuindo centenas de milhões de dólares em dividendos a seus investidores, mesmo enquanto os déficits operacionais e os custos de aluguel inflacionados já corroíam o caixa.

O resultado foi uma crise de liquidez previsível em 2024; a Steward ficou sem caixa para:

  • Pagar fornecedores;
  • Sustentar salários;
  • Manter serviços básicos.

Neste ínterim, os hospitais começaram a fechar as portas abruptamente, cirurgias foram canceladas e milhares de pacientes ficaram desassistidos em diversos estados.

O colapso:

Para piorar ainda mais a situação, alguns relatórios investigativos divulgados por veículos como a Reuters detalharam o colapso operacional:

  • Os mencionados atrasos crônicos no pagamento a médicos e fornecedores;
  • Falta de insumos básicos (como medicamentos e equipamentos essenciais);
  • Situações de risco para pacientes.

Em algumas unidades, a Steward chegou a suspender serviços de emergência vitais e atrasar salários por semanas.

A dívida total de US$ 9,2 bilhões foi um reflexo do desequilíbrio entre expansão agressiva e sustentabilidade na gestão da saúde.

O escândalo não poupou nem a cúpula. Em setembro de 2024, o CEO e fundador da empresa, Dr. Ralph de la Torre renunciou ao cargo após ser indiciado por desacato criminal.

O indiciamento ocorreu após sua recusa em comparecer perante o Senado para prestar esclarecimentos sobre a condução financeira da empresa, intensificando a pressão pública e política.

Ainda mais crítico:

O epicentro do drama foi Massachusetts, estado que concentrava a maior parte das operações da Steward e onde o risco de colapso de serviços hospitalares era iminente. Diante da crise, o governo estadual interveio.

A governadora Maura Healey tomou medidas drásticas, como a desapropriação emergencial do Saint Elizabeth’s Medical Center, um dos principais hospitais do grupo, para garantir sua continuidade.

Em resposta direta ao colapso, a Assembleia Legislativa de Massachusetts aprovou uma nova legislação crucial – Conforme podem ver aqui*.

Esta lei prevê o poder de fiscalização sobre operadoras privadas, exigindo maior transparência contábil, notificação prévia obrigatória de fechamento de unidades e, mais importante, estabelecendo restrições à influência de fundos de investimento na gestão hospitalar.

Os trâmites

Após o pedido de falência, a Steward iniciou um processo de liquidação e reorganização supervisionado pela Justiça.

Ainda em agosto de 2024, a empresa realizou uma primeira venda significativa, alienando seis hospitais em Massachusetts por US$ 343 milhões, na tentativa de mitigar as dívidas colossais.

Em 2025, o tribunal aprovou o plano de reestruturação que prevê:

  • A venda gradual e organizada dos ativos restantes da Steward;
  • O uso dos recursos obtidos em ações judiciais contra ex-executivos para ressarcir credores;
  • A manutenção temporária de algumas unidades sob estrita administração supervisionada pelo governo para garantir a continuidade do atendimento.

Por fim, apesar dos esforços, diversas unidades seguem fechadas e a previsão mais otimista para o encerramento do processo judicial aponta para o final de 2025.

Quais foram as consequências do colapso da Steward Health Care?

A falência da Steward Health Care simbolizou uma das maiores crises estruturais. Analistas em saúde e economia apontam que o caso escancarou a vulnerabilidade de um modelo hospitalar guiado pelo lucro, com a saúde sendo sustentada por dívidas e operações especulativas.

O colapso ainda gerou uma onda de revisões legislativas em diversos estados norte-americanos, buscando reduzir a dependência do capital especulativo na gestão hospitalar.

O que acontece quando os planos de saúde entram em falência no Brasil?

Especialistas lembram que, embora o cenário regulatório brasileiro seja distinto, o caso americano serve de alerta.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no Brasil possui mecanismos de prevenção mais rígidos, como:

  • Liquidação extrajudicial imediata de operadoras insolventes;
  • Transferência automática dos beneficiários para outras empresas em até 90 dias, garantindo a continuidade do serviço;
  • Acompanhamento financeiro constante das operadoras.

Inclusive, a principal diferença para outros países é a forte presença do Estado como agente fiscalizador direto, o que reduz a probabilidade de colapsos em larga escala.

Mas, para saber mais informações e casos de falências, clique aqui*.

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