Descoberta de leite adulterado com formol no Brasil fez a Anvisa reagir rapidamente e impor uma proibição severa

O escândalo que ficou conhecido como “leite com formol” no Brasil marcou uma das fraudes alimentares mais graves da última década. Em maio de 2013, a Operação Leite Compen$ado revelou que transportadores de leite no Rio Grande do Sul adulteravam o leite cru com água e ureia para aumentar o volume entregue às indústrias.

Contudo, a ureia adicionada continha formaldeído em sua composição, substância tóxica e considerada cancerígena pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer desde 2004.

A participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi imediata. A agência emitiu alerta técnico declarando que o leite com presença de formol é inseguro para consumo em qualquer proporção, pois não existe dose segura de exposição humana à substância.

Além disso, neste período, fabricantes com lotes adulterados foram submetidos a um regime especial de fiscalização e tiveram a comercialização suspensa até comprovar padrões aceitáveis em análises laboratoriais consecutivas.

Qual foi o impacto da fraude do leite?

A fraude impactou milhares de litros de leite ao longo de meses e envolveu investigações do Ministério da Agricultura, do Ministério Público e de órgãos estaduais. A adulteração alterava o perfil nutricional e representava risco direto à saúde pública. Muitos lotes foram recolhidos ou proibidos de circular enquanto as investigações prosseguiam.

Mesmo não sendo um episódio recente, o caso continua relevante para compreender como funciona a fiscalização sanitária no Brasil e por que os mecanismos de controle foram reforçados após tal fraude.

Naquela época, a descoberta levou ao fortalecimento dos protocolos de inspeção de leite cru e à adoção de análises laboratoriais mais rigorosas para detectar adulterações químicas.

O que a lei determina hoje

Hoje, a segurança do leite e de produtos lácteos no Brasil faz parte de um sistema regulatório complexo, coordenado pela Anvisa e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Essas instituições trabalham em conjunto para fiscalizar a produção, transporte, processamento e comercialização de alimentos de origem animal. Tudo com base em normas e regulamentos que exigem auditorias periódicas e testes laboratoriais constantes.

As normas atuais incluem requisitos técnicos detalhados de identidade e qualidade para o leite e seus derivados. Porém, com foco em garantir que produtos comercializados atendam a padrões sanitários que excluem qualquer adição indevida de substâncias estranhas.

Além disso, o esforço regulatório também abrange rotulagem apropriada, controle de ingredientes, pontos críticos de produção e rastreabilidade desde a fazenda até o consumidor final.

Apesar de o episódio de 2013 ter sido superado, ele teve papel educativo para a cadeia láctea brasileira. A indústria intensificou os testes de controle de qualidade, e os órgãos fiscalizadores aprimoraram métodos para detectar adulterações químicas em produtos. Assim, incluindo a utilização de análise rápida e testes laboratoriais mais sensíveis.

Por fim, a lição do “leite com formol” reforça que a vigilância sanitária deve ser contínua. A Anvisa, o MAPA e os órgãos estaduais mantêm ações rotineiras de fiscalização para prevenir reincidências.

Essa atuação visa proteger o consumidor e preservar a confiança nos alimentos que chegam às prateleiras.

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Confira tudo sobre a ordem da Anvisa contra duas marcas de leite muito famosas que precisaram ser arrancadas às pressas dos mercados devido à contaminação com formol

O leite é uma das bebidas mais consumidas no Brasil. Tanto é que possuímos inúmeras marcas sendo vendidas em todo o país. Sendo rico em cálcio, proteínas, aminoácidos, gorduras essenciais e vitaminas. No entanto, 2 marcas famosas receberam uma ordem de proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após suspeita de contaminação.

Bom, no dia 14 de março de 2014, foi retirada de circulação nos Estados do Paraná e São Paulo os leites das marcas Parmalat e Líder, ambas pertencentes a empresa LBR Lácteos. Segundo as informações do ‘G1’, esse fato ocorreu devido a denúncias que desencadearam uma operação chamada “Leite Compensado“, afetando cerca oito municípios gaúchos.

As informações divulgadas pelo Ministério Público dão conta de que 300 mil litros de leite adulterados com formol foram enviados a Guaratinguetá, em São Paulo, e Lobato, no Paraná, e colocados à venda. Toda investigação, inclusive, levou a prisão de um proprietário de um posto de resfriamento de leite em Condor.

Ainda segundo o divulgado pelo MP, diversos transportadores faziam a troca de leite de um caminhão para outro, sem nenhuma condição de higiene. Piorando ainda mais a situação do produto. Sendo assim, no dia 18 de março de 2023, a Secretaria de Saúde (Sesa) do Paraná suspendeu a venda dos lotes:

1. “Lob 04 D 06:00”, fabricado em 13/02/2014; e
2. “Lob 18 C 04:01”, fabricado em 14/02/2014.

Dessa forma, as marcas, tanto a Parmalat, quanto a Líder, teriam que retirar de imediato todas as embalagens compreendidas nesses lotes e que poderiam estar contaminadas com o formol, que poderia causar até mesmo graves danos a saúde dos consumidores.

Mais sobre o assunto

No dia 19, o MP gaúcho levantou a possibilidade de que o leite suspeito poderia ter sido comercializado também no Rio Grande do Sul, já que um consumidor procurou o órgão informando que havia feito a compra de um dos produtos em um mercado na capital. Na época, a rede Wallmart Brasil também suspendeu a venda dos leites das marcas Líder e Parmalat.

Segundo o ‘G1’, a LBR Lácteos, divulgou uma nota no dia 19 de março de 2023, alertando os consumidores sobre os lotes suspeitos de contaminação por formol, após a investigação mencionada acima fazer as devidas constatações. A seguir, confira na íntegra o posicionamento da empresa e sua devida explicação sobre o ocorrido.

Pronunciamento da LBR Lácteos

A LBR Lácteos Brasil S/A, em relação às notícias divulgadas pela imprensa sobre a fraude do leite no Estado do Rio Grande do Sul, informa que:

1) O leite cru utilizado para a fabricação de leite UHT das marcas Parmalat e Líder foi submetido a testes pela LBR e analisado por laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura (MAPA). Todas as 13 análises realizadas, incluindo testes do MAPA, apresentaram resultado NEGATIVO para a presença de formaldeído, não oferecendo, portanto, qualquer risco à saúde e sendo considerados próprios para o consumo.

2) Em 25/02/2014, a LBR foi comunicada pelo Ministério da Agricultura sobre a possível contaminação de lote de leite cru adquirido de fornecedor no Rio Grande do Sul, em 10/02/2014. Feita a rastreabilidade do produto, a empresa prontamente providenciou, em carácter preventivo, o recolhimento desses lotes junto a seus clientes.

3) Dado o compromisso da empresa com a qualidade dos seus produtos e o respeito aos consumidores, esclarecemos que os clientes que porventura ainda detiverem os produtos identificados abaixo pela data e pelo lote de fabricação, poderão entrar em contato com nosso Serviço de Atendimento aos Consumidores – SAC, pelo telefone 0800 011 2222 ou pelo e-mail sac@lbr-lacteosbrasil.com.br, para esclarecimento ou solicitação de troca ou devolução de produtos, sem qualquer ônus.

• Leite UHT integral marca Parmalat – Produzido em Guaratinguetá/SP entre 22h00 de 13/02/2014 e 06h45 de 14/02/2014, comercializado no Estado de São Paulo.
• Leite UHT integral marca Líder – Produzido em Lobato/PR entre às 05h05 e 07h43 de 13/02/2014, e de 00h00 até 05h25 de 14/03/2014, comercializado no Estado do Paraná.

4) Finalmente, a LBR ressalta seu compromisso com a qualidade de seus produtos e reitera que possui os mais rigorosos padrões de segurança alimentar. Além da análise em 100% da matéria-prima recebida, a empresa realiza análise de todos os lotes de produtos acabados, assegurando que seus consumidores tenham à sua disposição produtos seguros e de altíssima qualidade.”

Situação atual das marcas

Baseado em apurações feitas pela equipe do TV Foco, realizando pesquisas nos principais mercados e marketplaces, tanto a marca Líder, como a Parmalat encontram-se sendo comercializadas normalmente. Destacando que a situação anterior aconteceu de forma pontual, sendo devidamente resolvida, e que as marcas são referência de qualidade e compromisso com seus consumidores.

Por fim, vale destacar que tanto a Líder como a Parmalat não fazem mais parte do grupo LBR desde maio do ano de 2014. Isso porque, segundo informações divulgadas pela ‘Wikipédia’, a empresa, que já foi considerada a 3ª maior do país, vendeu seus ativos para as empresas: Lactalis; ARC Medical Logística; Colorado; Laticínios Bela Vista; Cooperativa do Vale do Rio Doce; e Agricoop.

Como fazer uma denúncia a Anvisa?

Para fazer uma denúncia a Anvisa é preciso preencher o formulário eletrônico descrevendo o fato e detalhar as informações, a fim de possibilitar a apuração da denúncia. A denúncia, quando possível, dever conter fotos ou materiais que possam demonstrar os fatos relatados.

Assim, o consumidor deve encaminhar sua denúncia ao órgão de vigilância sanitária de seu município, informando os seguintes dados:

• nome e marca do produto.
• nome e endereço do fabricante.
• data de validade.
• lote.
• nome e endereço do estabelecimento comercial onde o produto se encontra.

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