João Kléber trouxe sucesso à RedeTV!, mas também problemas (Foto: Reprodução/Internet)

Caso você não saiba ou não se lembre, a RedeTV! em 2005 passou por diversos problemas judiciais. Isso porque nessa época a emissora transmitia pegadinhas que, segundo o Ministério Público Federal, violavam os direitos humanos.

O programa que causou toda essa confusão foi o “Tarde Quente”, que era apresentado por João Kléber. De acordo com o MPF e ONGs, a atração apresentava pegadinhas com ofensas a homossexuais, afrodescendentes, indígenas, mulheres, idosos, crianças e adolescentes e pessoas com deficiência.

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As acusações contra o “Tarde Quente” fizeram a RedeTV! receber uma ordem judicial determinando que, no lugar do programa, o canal deveria exibir um programa educativo fornecido pelas ONGs. Entretanto, a emissora preferiu exibir a série Vila Maluca, descumprindo o mandamento da Justiça.

Como consequência disso, a RedeTV! teve seu sinal VHF cortado em São Paulo por cerca de 25 horas. A volta da transmissão, antes das 48h determinadas, só aconteceu devido a um acordo da emissora com o Ministério Público Federal e as ONGs.

Em entrevista ao portal UOL na época, João Kléber contestou as denúncias sobre conteúdo homofóbico em seu programa. “Em hipótese alguma, são brincadeiras na linha pastelão. É um programa de humor. Imagine se amanhã os gordos, os anões, os magros, os políticos, os heterossexuais e os baixinhos se sentirem ofendidos? Não vai ter mais humor.”, contou o apresentador.

João Kléber também apresentava outro programa, o “Eu Vi na TV”, mas a RedeTV! decidiu tirá-lo. Por isso, sem trabalho, ele saiu da emissora em dezembro de 2005 e mudou-se para Portugal em busca de continuar sua carreira.

Temendo maiores problemas, o canal de Osasco passou a exibir no dia 12 de dezembro o programa “Direito de Resposta” às 16h.  Com um formato de debate, foram exibidos 30 edições até o dia 20 de janeiro.

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(Foto: Divulgação)

Nesta edição, o “Lembra Dessa?” fará diferente. Ao invés de abordarmos uma data específica, abordaremos uma época, a época do “Castelo Rá-Tim-Bum”.

Atualmente, a programação voltada para o público infantil na TV aberta brasileira não é mais unanimidade. Hoje quem mais aposta nesta categoria é o SBT. Mesmo se saindo bem, não desperta tanto o interesse de outras emissoras, e com isso, trabalha praticamente sozinho no segmento. Hoje o SBT, mas “ontem” a TV Cultura. A ascendente emissora paulista, foi talvez a grande responsável por voltar a acreditar no público infantil.

A data foi 9 de maio de 1994. Neste dia, estreava na TV Cultura o “Castelo Rá-Tim-Bum”, que chegaria apenas para completar a programação da emissora. Os diretores do canal não podiam sequer imaginar que a atração atingiria tamanho sucesso. Um programa de abordagem pedagógica que conta a história de um garoto que mora em um castelo. A fórmula era uma variação de várias outras atrações da emissora, por isso, o projeto não causou tanta euforia e empolgação a princípio. Mas claro que o sucesso sempre aparece de surpresa. A fórmula logo encantou as crianças, que começaram a querer acompanhar cada vez mais a história daquele garoto de 300 anos. Os pais também aprovaram o projeto, afinal era uma atração pedagógica e educativa. Tinha início ali, a atração de maior sucesso da história da TV Cultura.

Deu certo, e agora?

A audiência era alta e regular, chegava a marcar 13 pontos, e o canal teve que se superar para dar conta de tamanho sucesso, que pegou todos de surpresa. A direção teve que correr para contratar mais profissionais, estima-se que a produção chegou a contar com 250 pessoas, além dos atores. A estrutura da TV Cultura não era das melhores, e os artistas sofriam. Os figurinos eram quentes, e o estúdio ficava trancado, sem ao menos um ar-condicionado. Para dar conta da demanda, os atores tinham horas “malucas” de gravação. Marcelo Tas, que interpretava o Telekid, passou um bom tempo gravando em plena madrugada.

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Com um tempo, a produção e o canal foram se adaptando a rotina e também ao sucesso. Com tudo nos “trilhos” certos, os resultados foram surgindo. Em 1994 e 1995, o programa recebeu a medalha de prata na categoria melhor programa infantil do Festival de Nova York. Em 1995, ganhou o Prêmio Sharp de Música para o melhor disco infantil. Produtos começavam a ser licenciados, e em plena exibição original do programa, foi lançado fitas VHS com os primeiros episódios, em 1995. Logo, Nino, Dr. Victor, Dona Morgana, Zeca, Biba, Pedro e muitos outros personagens, conquistavam todo o Brasil e até outros países.

O fim

Em 1997 o programa deixou de ser produzido. Milhares e até milhões de crianças, fãs do programa, não se conformaram com a notícia. Muitas chegaram a mandar cartas com dinheiro para TV Cultura, para que pudessem continuar. Mas não teve jeito. Naquele ano, chegava ao fim o “Castelo-Rá-Tim-Bum”, de desacreditado, à um dos maiores programa infantis do Brasil.

Este ano, o “Castelo-Rá-Tim-Bum” completou 20 anos desde a sua estreia. O programa fez história. Hoje, muitas daquelas crianças que ficavam em frente a TV acompanhando a história do garoto Nino, são adultas, muitos já com filhos. O “Castelo-Rá-Tim-Bum” contou uma história, educou, divertiu e deixou o seu legado.

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Márcia Goldschmidt e o cantor Waguinho são ameaçados

Atualmente quase todas as emissora de TV no Brasil tem uma segurança bastante rigorosa, principalmente os maiores canais do país. Cerca de quinze anos atrás até não podia ser tão rigorosa como hoje, mas sem dúvida nenhuma, todas começaram a dar mais atenção a isso depois de um episódio que aconteceu com Band, há cerca de 10 anos atrás.

A data foi 17 de outubro de 2004. Naquele dia ia ao ar na Band mais um edição ao vivo do programa “Jogo da Vida”, atração sobre relacionamentos e de auditório, comandado por Márcia Goldschmidt. Tudo parecia correr bem como em todas as edições anteriores. A apresentadora entrevistava o cantor Waguinho por volta das 17h40, quando surge no palco um homem armado com um revólver calibre 38. A princípio ninguém entendia o que estava acontecendo, nem a própria Márcia. Ao perceber que se tratava realmente de uma invasão, a apresentadora começou a pedir calma ao homem que ameaçava à todos querendo um espaço para falar.

O motivo

O vendedor Moacir Camargo Borges, que na época tinha 32 anos de idade, invadiu armado o estúdio do programa para tentar relatar um drama pessoal. Ele já havia se inscrito em vários outros programas como ele mesmo declarou, inclusive no próprio “Jogo da Vida”, para tentar reencontrar os filhos e se reconciliar com a mulher. Porém, acabou recebendo uma resposta negativa de todos, isso porque a sua mulher se recusava a ter qualquer contato com ele.

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Após entrar na Band depois de render um vigia, Moacir ameaçou por cerca de 6 minutos a apresentadora e o cantor com o revólver. Acabou tomando o microfone das mãos de Waguinho e começou a relatar o seu caso. O programa teve que ser retirado as pressas do ar. Enquanto o homem falava, a equipe procurava uma maneira de tentar detê-lo antes que pudesse ferir alguém. Um policial à paisana entrou no palco e acabou rendendo-o. Rapidamente, várias pessoas da produção o cercaram e ajudaram na imobilização. Moacir acabou sendo desarmado e foi levado ao 34º DP (Vila Sônia). Ninguém foi ferido. O vendedor foi autuado em flagrante por porte de arma, violação de domicílio, perturbação de serviço de telecomunicação e perigo de vida ou saúde. Como portar armas ilegalmente é um crime inafiançável, Borges foi preso.

Após o susto

Após o ocorrido, o programa voltou ao ar, mas Márcia acabou sendo substituída por outro apresentador, que informou à todos que a apresentadora não iria continuar comandando a atração pois estava bastante abalada. Pouco tempo depois, a Band informou em nota que lamentava o caso.

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Cena do primeiro episódio exibido no Brasil

Nesta última sexta-feira (20), a série “El Chavo del Ocho”, o “Chaves”, completou 43 anos desde a primeira exibição. Aproveitando a oportunidade, o “Lembra Dessa” abordará hoje um pouco da história do seriado aqui no Brasil.

Silvio Santos é conhecido por ter “bom gosto” na televisão, e fazer muitas escolhas inteligentes, mas por pouco, o dono do Baú não deixou de lado a série de maior sucesso da história do SBT. Se em 1981 você apresentasse para Silvio Santos a série”El Chavo del Ocho”  e não mencionasse o seu sucesso, o dono do Baú iria reprovar.

Silvio Santos reprovou

Em 19 de agosto de 1981, entrava no ar a TVS que, alguns anos depois, se tornaria o SBT. Para complementar a programação da recém-formada emissora, Silvio Santos analisou vários pacotes de programação oferecidos por emissoras estrangeiras. Dentre eles estava o da Televisa, com boas produções a baixo custo. A programação só poderia ser vendida por completo com todos os programas, sendo que, no meio dessa programação, estava o seriado “El Chavo Del Ocho” que não agradou a nenhum diretor do SBT, nem mesmo a Silvio Santos. Fontes afirmam que Silvio só aceitou adquirir a série após saber do sucesso que ela fazia em toda América Latina, mas particularmente não gostou.

“Chaves” foi ao ar pela primeira vez em agosto de 1984, no programa do palhaço Bozo. O primeiro episódio foi “Caçador de Lagartixas”. Com o sucesso aumentando, três anos depois, a série ganhou horário próprio, sendo exibido às 12h30. Em 1988, “Chaves” estreou no horário nobre exibindo apenas episódios inéditos. Logo começou a ameaçar a audiência das outras emissoras.

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No final de década de 90, alguns diretores do SBT achavam que o seriado estava servindo de empecilho, já que estava no ar há vários anos, e vinha sendo bastante reprisado. Assim começaram os problemas. “Chaves” mudava constantemente de horário sem aviso prévio, e muitas vezes, foi retirado do ar. Essa também não seria a única vez que isso aconteceria. Recentemente, o SBT tentou algumas vezes tirar o seriado do ar para encaixar uma atração inédita, mas nenhum outro conseguiu se consolidar e atingir índices melhores.

Controvérsias

Desde 2011, o SBT exibe os “Episódios perdidos” do “Chaves”, episódios inéditos que não haviam ido ao ar. Apesar de levar ao ar mais estes episódios, além de outros “semelhantes”, os fãs do seriado não estão completamente satisfeitos. Recentemente, um fã-clube alegou que a emissora esconde quase 50 episódios. Os aficionados pela atração acreditam que o canal guarde essas relíquia para exibir em um momento mais oportuno. O SBT afirma que alguns episódios não vão ao ar porque estão com qualidade de som e imagem prejudicadas, mas para o fã-clube isso não é “desculpa”. “A Televisa [emissora do México que produziu o programa] dispõe desses episódios com qualidade perfeita. Basta um simples telefonema e as imagens chegam limpas e restauradas, conforme ocorreu com boa parte dos semelhantes e com os episódios inéditos atualmente no ar”, declarou o presidente de um fã-clube. Atualmente, o SBT exibe 220 episódios de “Chaves” gravados entre 1972 e 1979, sem contar os inéditos.

Com ou sem controvérsias, um fato é que o Seu Madruga, Quico, Dona Florinda, Chiquinha, Senhor Barriga, Dona Clotilde, Professor Girafales, Chaves e outros que participaram da série, marcaram uma geração aqui no Brasil, e o grande responsável por isso foi o SBT.

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(Foto: Divulgação)

Já são 25 anos de “Domingão do Faustão” na Globo. Se tem um caso que vai ficar marcado na história não só do programa, mas também na carreira de Fausto Silva, é o caso “Latininho”.

Em 1996, o programa da Globo travava uma verdadeira batalha contra o “Domingo Legal” em busca de audiência. A cada domingo, um tentava superar o outro, e parecia que não existiam limites, era o chamado “fazer o que for preciso” para ganhar. Houve um período no final deste mesmo ano que Gugu vinha conseguindo uma série de vitórias, o que aquela altura era considerado “inadmissível”.

Revendo conceitos

A data foi 8 de setembro de 1996. O “Domingo Legal” vinha acumulando vitórias contra o “Domingão”, e algo teria que ser feito para “barrar” Gugu. A produção trouxe ao programa o cantor Latino, que na época era um grande sucesso, principalmente nas rádios, mas não seria suficiente. A Globo também levou ao palco Rafael Pereira do Santos, na época com 15 anos. Portador da Síndrome de Seckel, falha genética irreversível que ocasiona microcefalia, retardo mental e nanismo, o garoto de apenas 87 cm, surgiu diante das câmeras caracterizado como Latino, e logo ganhou o apelido de “Latininho”.

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Rafael dançava no palco junto com o cantor, mas obviamente não entendia o que acontecia ao seu redor. Faustão por algum motivo, insistia em dizer: “Esta fera foi descoberta pelo Zezé Di Camargo e Luciano”. “Latininho” chegou até a brincar no colo do Caçulinha, e foi o responsável por um pico de 30 pontos de audiência e pela vitória sobre Gugu. Tudo parecia ser festa na Globo, mas não durou muito. No dia seguinte, a repercussão foi a pior possível para a emissora. “Latininho” estampava capas e mais capas de jornais e revistas, mas todas com duras críticas feitas a produção e a Globo.

A revista Veja por exemplo, tinha na capa o título: “Mundo cão na TV, até onde vai a apelação?”. Com a repercussão negativa por parte da imprensa, a revolta do público só aumentou. A partir daquele momento, a Globo começava a ser acusada de “exploração”, e “humilhação” contra Rafael. Resultado: O caso foi parar na Justiça. A família de Rafael processou a Rede Globo, que acabou condenada a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. O caso serviu também para que um “tabu” fosse criado naquele instante. Desde então, nunca mais houve uma aparição de alguém debilitado pela Síndrome de Seckel na TV brasileira. O caso “Latininho” serviu para que conceitos fossem revistos sobre até que ponto a TV brasileira chega para buscar audiência. Infelizmente a apelação e casos similares não foram extintos, continuam até hoje, mas isso é outra história.

O que aconteceu com o “Latininho”

Há poucas informações até hoje sobre o que aconteceu com o “Latininho”. Pelo que foi pesquisado, o seu último registro na imprensa foi em 2001. De lá pra cá pouco se sabe sobre como vive hoje, ou se ainda é vivo.

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