Estimado jornalista, dono de uma das vozes mais inconfundíveis da Globo, faleceu aos 92 anos vítima de um câncer brutal

O jornalismo brasileiro construiu parte de sua credibilidade graças à consistência de veículos que mantêm o compromisso com a informação precisa e o respeito ao público. Nesse cenário, o jornalismo da TV Globo se consolidou como uma das referências mais duradouras, chegando diariamente a milhões de lares.

Programas como o Jornal Hoje, estreado ainda em 1971, seguem há mais de cinco décadas no ar, ajudaram a formar gerações de telespectadores e profissionais.

Mas, infelizmente, nem todos os jornalistas que moldaram essa história permanecem entre nós.

Entre os nomes eternizados na memória do público, ficou Léo Batista, cuja morte em janeiro de 2025, aos 92 anos, marcou o fim de uma das vozes mais emblemáticas e respeitadas da televisão brasileira.

A trajetória de um ícone

Nascido João Baptista Belinaso Neto, em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, Léo Batista começou sua carreira ainda na adolescência, como locutor de um serviço de alto-falante em sua cidade.

De acordo com o G1, desde cedo, demonstrou o talento e o timbre inconfundível que o acompanhariam por toda a vida.

Posteriormente, ele passou pelas rádios Birigui e Globo, onde se destacou como narrador esportivo e redator.

Sua estreia na Rádio Globo marcou o início de uma trajetória que o levaria a narrar momentos históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, um episódio que definiu sua importância na imprensa nacional.

Do rádio à televisão, uma transição natural

Aos poucos, Léo Batista migrou do rádio para a televisão, em uma época em que o meio ainda se consolidava no país.

Foi contratado pela TV Rio, pela Excelsior e, finalmente, pela TV Globo, em 1970. Chegou à emissora durante a Copa do Mundo que consagrou o tricampeonato brasileiro e logo se destacou pela agilidade e clareza com que transmitia informações.

O público se acostumou à sua presença segura, especialmente nas edições de sábado do Jornal Nacional, que apresentou em diversos períodos.

Inclusive, a sua voz firme e pausada tornou-se uma marca registrada da credibilidade jornalística da Globo.

Pioneiro no Jornal Hoje

No ano de 1971, Léo Batista integrou a equipe que lançou o Jornal Hoje, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes.

O programa, criado para unir leveza e informação na hora do almoço, permanece até hoje como um dos pilares da programação jornalística da emissora.

Léo também participou da criação do Esporte Espetacular, em 1973, e idealizou o nome do Globo Esporte, lançado em 1978.

Sua locução dos “Gols do Fantástico” marcou gerações e se tornou uma das trilhas sonoras do domingo brasileiro.

E, em mais de 70 anos de carreira, ele deu voz a momentos decisivos do esporte e da história nacional.

O profissional incansável

Mesmo aos 90 anos, Léo Batista mantinha rotina ativa na redação e participava de programas especiais da emissora:

• Em 2011, foi homenageado com o quadro “Histórias do Léo”, no Globo Esporte;
• Em 2017 lançou o “Canal do Seu Léo”, em que compartilhava memórias e bastidores de coberturas esportivas.

Era presença constante nos corredores da Globo, sempre disposto a conversar e relembrar passagens da carreira.

A nova geração de jornalistas o via como um mestre, exemplo de ética, elegância e precisão narrativa, qualidades raras e necessárias em qualquer tempo.

Quando Léo Batista morreu?

Léo Batista faleceu em 19 de janeiro de 2025, aos 92 anos, no Rio de Janeiro.

O Hospital Rios D’Or, na Zona Oeste da cidade, o internou desde o início daquele mês após diagnosticarem um câncer no pâncreas

O velório, realizado na sede do Botafogo, em General Severiano, foi aberto ao público e reuniu familiares, colegas e admiradores.

Em meio a aplausos e lembranças, a despedida confirmou o tamanho de sua influência.

Ademais, Léo deixa um legado que transcende a notícia: foi o homem que emprestou voz e alma à forma de informar.

Mas, para saber mais informações sobre outros atores que se foram, clique aqui*.

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