Farmácia gigante, rival n°1 da Panvel, em Porto Alegre, acabou tendo sua falência decretada e deu adeus aos porto-alegrenses

Quando uma empresa chega ao fim, sem dúvidas, é um grande choque. Além de ser um verdadeiro golpe no mercado. E, esse foi o caso de uma grande rede de farmácias, famosa em Porto Alegre (RS).

Conforme apurado pelo TV FOCO, a história da rede de farmácias Mais Econômica, que já foi uma das principais concorrentes da Panvel no Rio Grande do Sul, infelizmente, chegou ao fim.

Após anos de dificuldades financeiras, a empresa teve sua falência decretada pela Justiça, deixando para trás um passivo de R$ 152 milhões e uma batalha judicial que envolve até mesmo instituições financeiras.

O início da crise e o pedido de recuperação judicial

Em abril de 2017, a farmácia ingressou com um pedido de recuperação judicial na Comarca de Porto Alegre. A intenção era ganhar fôlego para renegociar suas dívidas e tentar evitar o encerramento das atividades.

Na ocasião, de acordo com informações do portal ‘GZH’, a empresa acumulava um passivo de R$ 152 milhões. Sendo R$ 135,4 milhões em dívidas com fornecedores e R$ 16,6 milhões em pendências trabalhistas.

O mecanismo de recuperação judicial permite que companhias endividadas apresentem um plano de reestruturação para tentar evitar a falência.

No entanto, no caso da Mais Econômica, a tentativa de reorganizar as finanças não acabou sendo suficiente para reverter o colapso.

A falência e a polêmica envolvendo o BTG Pactual

Com a falência decretada, a massa falida da Drogaria Mais Econômica recorreu à Justiça para incluir o banco BTG Pactual como corresponsável pelo pagamento das dívidas.

O argumento central é de que o banco teria simulado a venda da rede de farmácias para evitar responsabilizações com credores.

De acordo com a petição judicial, a Brasil Pharma, então controladora da Mais Econômica e pertencente à PPLA, antiga BTG Pactual Participations, vendeu a rede para a Mobius Health em 2015.

O detalhe suspeito é que a Mobius Health foi criada menos de um ano antes da transação por ex-sócios do BTG Pactual, com um capital inicial de apenas R$ 500, posteriormente aumentado para R$ 500 mil.

Segundo o advogado da massa falida, João Pedro Oliveira, do escritório Figueiredo Oliveira & Fabris Advogados Associados, a venda das ações da Mais Econômica teria sido feita por R$ 44 milhões, mas o pagamento nunca ocorreu.

“Com esse valor, eles compraram a Mais Econômica por R$ 44 milhões. Só que o pagamento pela compra das ações nunca ocorreu, e a Brasil Pharma, controladora da rede Mais Econômica antes da Mobius Health, nunca fez questão de retomar as ações”, pontua Oliveira.

O fim da Mais Econômica marca o encerramento de uma rede que, por anos, foi uma das principais concorrentes da Panvel no segmento de farmácias no Rio Grande do Sul.

Considerações finais

• O fim da Mais Econômica mostra como crises financeiras podem levar até grandes empresas ao colapso.
• A tentativa de recuperação judicial não evitou a falência, e agora o caso segue na Justiça, com polêmicas envolvendo o BTG Pactual.
• Para os clientes, é o adeus a uma farmácia tradicional. Para o mercado, um alerta sobre os desafios de gestão e sustentabilidade no setor.
• O desfecho desse processo ainda pode trazer novos desdobramentos.

Qual é a maior rede de farmácias do Brasil?

​Conforme apurado pelo TV FOCO, a maior rede de farmácias do Brasil é a Raia Drogasil (RD). Formada pela fusão das redes Droga Raia e Drogasil em 2011.

Porém, com mais de 3.000 lojas distribuídas por todos os estados brasileiros, a RD lidera o mercado farmacêutico nacional. Em 2023, a empresa registrou um faturamento de R$ 34 bilhões.

Por fim, veja: Demolição: Falência de rede de farmácias nº1 em Campo Grande, MS, traz calote em funcionários após 74 anos.

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Situação de rede farmácia exposta

Em síntese, o portal ‘Panorama Farmaceutico’, divulgou em julho de 2023 que a massa falida, a Drogaria Mais Econômica está processando o banco BTG com a cobrança de uma indenização estimada em R$824,5 milhões.

Ademais, a rede de farmácia do Rio Grande do Sul, acusa a instituição financeira de fraude no balanço da BR Pharma, uma holding do BTG que controlava a rede até o ano de 2015. Segundo a fonte, “a intenção seria esconder o real passivo trabalhista da empresa e se eximir de eventuais responsabilidades perante os credores.”.

Falência

Vale frisar que, a BR Pharma, abriu mão do controle da Mais Econômica e da Drogaria Rosário no ano de 2015, após enfrentar um forte crise financeira. Fator esse que se estendeu até 2019, quando a companhia teve sua falência decretada com dívidas que chegavam a R$1,2 bilhão.

Diante desse cenário, a Verti Capital assumiu o controle da Mais Econômica, no ano de 2015. Contudo, isso não foi suficiente para solucionar o cenário caótico vivido pela farmácia.

Como resultado, a empresa pediu recuperação judicial no ano de 2017, após o acúmulo de um alto valor em dívidas. Na ocasião, a companhia tinha apenas 35 lojas, número esse surpreendente para quem um dia já obteve 140 unidades espalhadas no mercado.

Desse modo, a rede de farmácias acumulou R$ 152 bilhões em dívidas, sendo R$135,4 milhões em débito para credores e R$16,6 que deveriam ser pagos para os trabalhadores.

Considerações finais

• Em resumo, a rede de farmácias Mais Econômica entra com uma ação judicial contra o banco BTG;
• A ação é movida alegando que “a BR Pharma estaria escondendo o real passivo trabalhista da empresa;
• Com isso, a massa falida exige mais de 800 milhões em idenização.

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Qual a diferença entre falência e recuperação judicial?

Segundo informações do portal Vem Pra Dome, ambos os institutos têm como objetivo a satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento.

No caso da recuperação judicial, se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa. Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.

A ideia por trás da recuperação judicial é manter o negócio ativo, gerando empregos e possibilitando que a empresa consiga pagar as suas dívidas. Na falência, ocorre o encerramento do negócio, que é considerado irrecuperável.

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