Decisão sobre o fim da isenção nas passagens de ônibus deixa idosos acima de 60 anos em alerta em outubro de 2025

Pegando todos de surpresa, Gravataí decidiu mexer em algo sensível. A Câmara de Vereadores aprovou o fim da gratuidade no transporte municipal para pessoas entre 60 e 64 anos.

A proposta, que partiu do Executivo, seguiu para sanção do prefeito Luiz Zaffalon. Caso ele confirme, apenas quem tem 65 anos ou mais continuará viajando de graça nos ônibus da cidade. A justificativa oficial mistura três razões: aumento da expectativa de vida, mudanças da Reforma da Previdência e a necessidade de alinhar a legislação local ao Estatuto do Idoso.

Contudo, o prefeito não poupou argumentos. Disse que o brasileiro vive mais, e que essa conquista exige uma revisão das políticas públicas. Citou avanços na medicina, melhorias nas condições de vida e nas políticas de saúde. “Tal realidade impõe uma revisão das políticas públicas relacionadas à idade, incluindo benefícios tarifários, de forma a garantir a sustentabilidade financeira dos serviços públicos e promover justiça distributiva”, afirmou.

Porém, segundo o IBGE, a expectativa de vida no país já ultrapassa os 75 anos, e isso muda tudo. A Reforma da Previdência também alongou a vida laboral, o que significa que muita gente dessa faixa etária ainda trabalha, ainda contribui, ainda se vira.

No entanto, nem todo mundo viu a decisão com bons olhos. Para parte da população, cortar o benefício é, no mínimo, um desrespeito com quem já dedicou décadas ao trabalho. Além disso, outros enxergam o movimento como um ajuste inevitável, quase um freio de realidade em tempos de cofres apertados.

Os idosos vão ser afetados?

Se a lei for sancionada, muita gente vai precisar se adaptar. Aquela ida de rotina ao posto de saúde, à feira, ao centro, tudo pode pesar um pouco mais no bolso. Alguns talvez deixem de sair com a mesma frequência, troquem o ônibus pela caminhada curta, ou simplesmente fiquem em casa mais vezes. O impacto real ainda é difícil medir, mas ele vai aparecer.

Contudo, há também a questão prática. Como será feita a fiscalização? As empresas vão precisar ajustar o sistema de bilhetagem, criar mecanismos de controle por idade, evitar constrangimentos no embarque. Não é algo simples.

Por fim, Gravataí não realiza esse movimento de forma isolada. Várias cidades brasileiras enfrentam dilemas parecidos. A gratuidade, que por tanto tempo simbolizou respeito e inclusão, virou ponto de debate sobre sustentabilidade financeira. De um lado, o direito.

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