Aplicativo queridos dos motoristas promete bater de frente com a Uber.

Em 2017, Pedro Inada teve uma ideia enquanto tomava banho: criar uma empresa para auxiliar os motoristas do Uber em sua rotina diária. Naquela época, o transporte por aplicativo estava em ascensão no Brasil, e Inada, um jovem executivo do setor financeiro, estava ansioso para ser dono do próprio negócio. Ele já havia tentado lançar uma startup de tecnologia anteriormente, mas sem sucesso. Esta nova ideia parecia ser a oportunidade que ele tanto buscava.

Inada compartilhou sua ideia com Luiz Neves, um amigo de infância que compartilhava seu amor pelo Flamengo, pelo Maracanã e pelo empreendedorismo. Neves viu sentido na ideia e eles concordaram que havia uma demanda para um espaço que oferecesse comodidades como banheiro e alimentação para os motoristas entre os turnos de trabalho.

Para validar sua hipótese, os dois amigos fizeram cem viagens de Uber pelo Rio de Janeiro, durante as quais aplicaram um questionário aos motoristas sobre suas necessidades diárias. Eles ficaram surpresos ao descobrir que os motoristas se sentiam mais solitários e inseguros do que esperavam, ao invés de reclamar apenas da falta de lanches. Essa pesquisa os deixou confiantes em sua ideia de negócio.

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Assim, o StopClub nasceu. Com um investimento de 10 milhões de reais obtidos de investidores, a startup ocupou um estacionamento vago em Humaitá, um bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, e começou a operar como um local de parada para os motoristas do Uber. Eles podiam se reunir lá entre corridas, lavar seus carros, comer, cortar o cabelo e socializar. Doze desses pontos foram estabelecidos em diferentes cidades do Brasil, mas a pandemia forçou o fechamento de todos eles, tornando as operações inviáveis. Para manter o negócio vivo, o StopClub migrou para um aplicativo que oferecia recursos adicionais, como um chat para compartilhar dicas sobre corridas e uma ferramenta de gravação de vídeo de viagens para aumentar a segurança. Isso também abriu oportunidades para a venda de publicidade e seguros de automóveis.

O grande sucesso veio quando eles introduziram recursos que mostravam dados não disponíveis na interface do Uber quando uma corrida era oferecida, como o destino final da viagem e o cálculo dos ganhos reais. Isso deu aos motoristas informações adicionais para decidir se aceitavam ou recusavam corridas, até mesmo permitindo que o aplicativo recusasse automaticamente com base na margem de lucro. Isso foi imediatamente bem recebido pelos motoristas, com o número de usuários ativos do StopClub crescendo significativamente.

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Em julho, a Uber moveu um processo judicial contra o StopClub, alegando que a empresa estava induzindo os motoristas a cometer “atos ilícitos e abusivos” e interferindo no funcionamento regular do aplicativo Uber. Eles pediram que o recurso de recusa automática fosse desativado e buscaram indenização por danos morais. A Uber justificou sua posição afirmando que a recusa automática poderia abrir espaço para a utilização de robôs no aplicativo.

O StopClub argumenta que suas ferramentas são baseadas em código aberto e interagem com dados públicos do Uber, sem violar informações sensíveis da empresa ou de seus usuários.

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A batalha legal continua, com o StopClub recorrendo da decisão que suspendeu temporariamente suas funcionalidades. A contenda levanta questões sobre a relação entre aplicativos de mobilidade e motoristas, e a disputa está longe de ser resolvida. O StopClub busca garantir melhores condições de trabalho para os motoristas do Uber, enquanto a Uber afirma que a empresa está tentando ditar as regras de seu aplicativo.

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