“Vão virar SAF”: Jornalista crava venda do Corinthians e Flamengo

“Vão virar SAF”: Jornalista renomado confirmou, ainda em em abril, o que já parece inevitável para Flamengo e Corinthians

Em abril de 2025, o jornalista Fábio Sormani não mediu palavras ao cravar, de forma contundente, o que considera um destino certo, mais especificamente a venda, dos maiores clubes do futebol brasileiro:

“Hoje em dia, se não virar SAF, não tem jeito. Nós estamos no ano de 2025, não vai tardar o momento em que Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo vão virar SAF. Não tem saída” – Afirmou ele em participação no programa Bate Pronto, da Jovem Pan.

Sormani foi além ao chamar o modelo associativo atual de “falido” e reforçar que nenhum desses clubes possui um nível de arrecadação que dispense a adoção de um modelo empresarial.

A fala do jornalista, embora incisiva, se sustenta na realidade financeira de boa parte dos clubes tradicionais do país.

Com passivos milionários, dificuldade de obter crédito e amarras políticas internas, o modelo associativo mostra sinais evidentes de esgotamento.

A previsão feita por Sormani em abril não veio acompanhada de especulações, mas sim de uma leitura fria da conjuntura do futebol brasileiro — que, àquela altura, já tinha quatro clubes relevantes operando como Sociedade Anônima do Futebol (SAF):

• Botafogo;
• Cruzeiro;
• Vasco;
• Bahia.

O que é SAF e por que ela tem se expandido?

A SAF é um modelo de estrutura jurídica previsto pela Lei nº 14.193/2021, sancionada em agosto de 2021, com o objetivo de permitir que clubes brasileiros se organizem como empresas, com responsabilidade limitada e estrutura de governança inspirada no setor corporativo:

• O modelo permite a captação de investimentos via venda de ações, a separação de passivos do clube social e a profissionalização da administração.

• Em termos práticos, ao se transformar em SAF, o clube passa a ser gerido por um conselho de administração, com regras claras de transparência, responsabilidade fiscal e foco no resultado.

• A operação esportiva fica apartada das dívidas históricas, que passam a ser pagas por meio de um plano estabelecido judicialmente. Isso atrai investidores dispostos a assumir o controle da nova empresa.

Inclusive, foi exatamente o que fizeram nomes como Ronaldo Nazário, John Textor e o Grupo City, que já assumiram Cruzeiro, Botafogo e Bahia, respectivamente.

O crescimento do modelo se sustenta em números.

Segundo o relatório de gestão da XP Investimentos, clubes SAF já apresentam maior capacidade de investimento em infraestrutura e elenco do que diversos concorrentes tradicionais.

No entanto, os resultados em campo ainda oscilam.

O foco principal, por ora, é equilibrar as contas e recuperar credibilidade institucional.

Corinthians e Flamengo: Resistência ou adiamento?

Mas, apesar da pressão externa e da previsão de Sormani, nem Corinthians nem Flamengo deram sinais públicos de adesão concreta ao modelo SAF até o momento.

Ambos ainda operam sob o modelo associativo, embora enfrentem realidades financeiras distintas:

• Corinthians: Atravessa uma crise financeira aguda, com déficit superior a R$ 100 milhões em 2024 e dificuldade em honrar compromissos com fornecedores e atletas, é frequentemente apontado como um dos clubes com perfil mais adequado para migração.

Internamente, a SAF já foi discutida, mas encontra resistência em conselheiros tradicionais e parte da torcida organizada. A diretoria atual, no entanto, não descarta a ideia para os próximos anos.

• Flamengo: Se encontra em uma situação diferente. Com finanças mais sólidas, alto faturamento (superior a R$ 1 bilhão em 2024) e modelo de governança relativamente profissionalizado, o clube adota um discurso de autossuficiência.

A cúpula rubro-negra argumenta que a SAF não é necessária no momento e poderia representar uma perda de controle sobre a marca e o patrimônio.

Ainda assim, como destacou Sormani, “não vai tardar o momento” — uma crise política ou econômica pode acelerar a discussão.

São Paulo sinaliza, Fluminense estuda e o Palmeiras resiste

Enquanto Flamengo e Corinthians evitam o debate público, o São Paulo já admite que analisa internamente os caminhos jurídicos e estratégicos para eventual conversão em SAF – Conforme podem ver por aqui*.

O presidente Julio Casares confirmou, no início deste ano, que o clube tem avaliado alternativas dentro do novo modelo, embora ainda não exista uma proposta formal.

É o único entre os quatro citados por Sormani que já trata o tema como pauta legítima de futuro.

No Rio, o Fluminense, outro tradicional clube associativo, também avalia a viabilidade do novo formato.

Já existem grupos interessados em investir, e os estudos estão em fase avançada.

O clube busca garantir que o projeto de SAF inclua cláusulas de salvaguarda sobre identidade e patrimônio.

O Palmeiras, por sua vez, continua como exceção. Com contas equilibradas, patrocínios robustos e estrutura administrativa profissionalizada, o clube da Barra Funda é hoje a principal vitrine de que o modelo associativo pode funcionar.

Contudo, como pontuou Sormani, essa estabilidade não é garantia de perenidade. “Esses times não têm um aporte de faturamento tão grande assim ao ponto de dispensar uma SAF”.

Ou seja, nem mesmo o caso palmeirense está imune ao cenário de mercado que se impõe.

Quando será os próximos jogos de Corinthians e Flamengo?

Enquanto as mudanças estruturais se desenham nos bastidores, o calendário segue seu curso.

Mas, os dois clubes entram em campo neste mês em meio à pressão crescente sobre suas gestões.

Veja abaixo as datas dos próximos jogos:

• Corinthians x Red Bull Bragantino:
  Data: domingo, 13 de julho de 2025
  Horário: 19h
  Local: Neo Química Arena, São Paulo
  Competição: Campeonato Brasileiro – 13ª rodada

• Flamengo x Santos:
  Data: quarta-feira, 16 de julho de 2025
  Horário: 21h30
  Local: Vila Belmiro, Santos
  Competição: Campeonato Brasileiro – 14ª rodada

Conclusão:

Em suma, o Palmeiras, um dos clubes mais estruturados do país, serve como exemplo de estabilidade fora do modelo SAF.

No entanto, esse cenário pode se tornar cada vez mais raro, conforme apontado pelo jornalista Fábio Sormani.

Dessa forma, segundo ele, a tendência é que o modelo se torne predominante no Brasil nos próximos anos.

A avaliação de Sormani é de que, diante das dificuldades financeiras enfrentadas por boa parte dos clubes, a adoção desse formato empresarial será inevitável.

Na visão do comentarista, é apenas uma questão de tempo até que a maioria das instituições esportivas do país passe a operar sob esse novo regime, abrindo mão do modelo associativo tradicional.

Mas, se você quer saber mais sobre grandes times de futebol, clique aqui*.