Veja a mixaria que você pagava no ovo em 2000 e o absurdo de hoje

Virou artigo de luxo?! O ovo e a nova realidade inacreditável dos preços; Veja quanto você pagava nos anos 2000 e quando você paga hoje
Tradicionalmente, o ovo sempre foi visto como a proteína “baratinha” do prato do brasileiro, substituindo as carnes, as quais sempre tiveram um valor mais elevado nos supermercados e açougues.
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Inclusive, estudos apontam que, em cenários de inflação e alta das carnes, o ovo sempre foi o principal substituto, especialmente para as famílias de baixa renda.
Porém, essa realidade histórica mudou. Desde o início de 2025, o preço do ovo tem disparado em patamares recordes, pressionando diretamente o bolso do consumidor e questionando seu papel de alternativa acessível.
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Com base em cálculos divulgados pelo portal G1, em uma pesquisa aprofundada nas principais mídias de economia e em tabelas de valores praticados nos últimos 20 anos, a equipe especializada em economia do TV Foco aborda a seguir:
- Quanto que você pagava nos anos 2000 e quanto você paga hoje ?;
- Comparativos entre o salário mínimo e o poder de compra;
- Por que o ovo disparou tanto?
- Como manter a qualidade na mesa em tempos de inflação?
Sendo assim, prepare-se para recordar a mixaria que você pagava no ovo e no absurdo que você paga hoje em dia …
NOTÍCIAS DE PARCEIROS

De saltar os olhos!
Dados da cadeia avícola mostram que, entre 2000 e 2008, o preço médio da dúzia de ovos variava entre R$ 1,42 e R$ 3,04.
Por exemplo: Nos anos 2000, uma caixa com 30 dúzias custava cerca de R$ 42,60, enquanto em 2008, esse valor subiu para cerca de R$ 91,20.
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Ainda assim, o produto se mantinha como uma das fontes de proteína mais acessíveis.
Já em 2025, a realidade mudou drasticamente:
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- No mês de fevereiro, por exemplo, a caixa com 30 dúzias de ovos foi comercializada por uma média de R$ 198,40 — alta de 39,4% em relação a janeiro e quase 20% acima do mesmo período de 2024.
Isso elevou o preço médio da dúzia para aproximadamente R$ 6,61, fazendo com que o ovo deixasse de ser uma solução barata para o consumo de proteína.

Salário mínimo x poder de compra
Agora vamos para os termos mais práticos, levando em consideração o salário mínimo federal:
- Nos anos 2000, o salário mínimo era de R$ 151. Com o preço da dúzia de ovos em R$ 1,42, era possível comprar cerca de 106 dúzias — o equivalente a 1.272 ovos por mês.
- Em 2005, com o salário mínimo a R$ 300 e a dúzia custando em média R$ 2,40, o trabalhador conseguia adquirir 125 dúzias.
- Em 2025, com o salário mínimo em R$ 1.518 e a dúzia em média de R$ 6,61, o poder de compra caiu para cerca de 229 dúzias – comparado aos anos 2000.
O que pode parecer superior numericamente, mas representa uma distorção: A cesta básica está significativamente mais cara e consome uma parcela maior da renda.
MAS ATENÇÃO! Os valores contidos nesta matéria são apenas uma base. Ou seja, os valores ainda podem mudar para menos e até mesmo para mais, dependendo da região.
Portanto, apesar de a quantidade ser maior, o impacto proporcional no orçamento é muito mais severo, porque outras despesas básicas como:
- Energia;
- Transporte;
- Habitação — também subiram.
Afinal de contas, o brasileiro de menor renda não compra apenas ovos com o salário mínimo: ele precisa pagar toda a vida com ele.
Mas, por que o preço do ovo disparou?
Diversos fatores explicam essa alta – que beira o absurdo:
- Primeiramente, as ondas de calor extremo no início de 2025 reduziram drasticamente a produtividade das galinhas, que em ambientes superaquecidos produzem menos ovos.
- Ao mesmo tempo, os custos para manter galpões climatizados aumentaram com o uso intensivo de energia elétrica.
- O preço do milho, principal insumo da ração, subiu mais de 30%, pressionando o custo de produção. As embalagens também dobraram de valor.
Além disso, houve um salto expressivo nas exportações:
- Só os Estados Unidos aumentaram em 62% as compras de ovos brasileiros no começo do ano.
Com menor oferta no mercado interno e alta demanda externa, os preços naturalmente subiram.
Outro fator sazonal: Com a volta às aulas no início do ano e o período da Quaresma, aumentaram a procura interna.
Impacto no consumo e estratégias de adaptação
Mesmo com esses valores lá em cima, o ovo ainda permanece como uma proteína mais barata em relação às carnes.
No entanto, seu aumento de preço forçou uma reorganização da dieta em muitas famílias.
Alguns consumidores passaram a comprar em menor quantidade, outros priorizaram cortes de carne de frango ou buscaram alternativas como feijão, lentilha, soja ou sardinha em lata.

Há também um movimento crescente de consumidores comprando diretamente de produtores ou feiras livres, buscando melhor custo-benefício e maior controle sobre a procedência do produto.
Apesar da alta, a demanda interna continua aquecida, especialmente entre aqueles que ainda consideram o ovo mais acessível do que outros itens proteicos.
Cuidados com a qualidade em tempos de inflação
Com o valor elevado, o consumidor tende a ser mais exigente, e isso é positivo.
Mas, é essencial observar:
- A integridade da casca;
- Verificar a validade;
- Conferir a referência;
- Sempre armazenar os ovos na geladeira.
Produtos trincados, sujos ou mal acondicionados devem ser evitados.
A busca por preço mais baixo não pode comprometer a segurança alimentar, sobretudo em um contexto onde infecções por salmonela ainda preocupam.
O ovo irá abaixar de valor ainda em 2025?
Há sinais tímidos de desaceleração nos preços com o fim do verão e o arrefecimento da demanda sazonal.
Em abril, por exemplo, houve um recuo médio de 8% no principal polo produtor nacional.
A colheita de milho, se vier robusta, pode aliviar os custos da ração. Além disso, com temperaturas mais amenas, a produtividade das aves tende a se recuperar.
No entanto, especialistas alertam que os patamares devem continuar elevados quando comparados aos anos anteriores, uma vez que a demanda interna segue forte e as exportações permanecem em expansão.
Ainda que não se espere novas explosões de preço, o consumidor deve se preparar para um período prolongado de alimentos mais caros.
A inflação acumulada dos itens da cesta básica corrói o poder de compra e mantém o ovo longe da antiga imagem de proteína barata e abundante.
Conclusão:
Em suma, a disparada no preço dos ovos escancarou uma nova fase no consumo de proteínas no Brasil. O que antes era um refúgio acessível virou mais um item inflacionado da cesta básica.
Ainda que o cenário indique uma leve acomodação, a estabilidade ainda está longe de ser garantida.
Em um país onde o salário mínimo precisa cobrir todas as necessidades básicas, o ovo caro é mais que um problema pontual — é um retrato da dificuldade de se manter uma alimentação digna em tempos de inflação persistente.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

