Venda de 100 unidades e pedido de falência: Rede de restaurantes nº1 apela para sobreviver em 2025

Rede de restaurantes nº1 e ícone da cultura casual americana, entra com pedido de falência e vende 100 unidades, surpreendendo consumidores.

25/05/2025 7h15

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Restaurante amado vive crise e entra com pedido de falência em país (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Canva/Lennita)

Rede de restaurantes nº1 e ícone da cultura casual americana, entra com pedido de falência nos EUA e vende 100 unidades, surpreendendo consumidores

Ainda entre fevereiro e março de 2025, uma das redes mais queridas e reconhecidas da alimentação casual nos Estados Unidos, apelou ao entrar oficialmente com pedido de falência sob o Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, a fim de tentar sobreviver.

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Trata-se do Hooters, o qual já foi símbolo de sucesso e ocupava uma posição de preferência admirável em seu segmento.

Inclusive, a rede chegou a vender 100 unidades próprias para dois grupos de franqueados, ainda em 2024, a fim de amortecer ainda mais a crise.

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A notícia provocou surpresa e apreensão entre consumidores e fãs da marca, que acompanham de perto os desdobramentos de uma crise financeira que se arrasta há anos.

Hooters entrou com pedido de falência (Foto Reprodução/Exame)
Hooters entrou com pedido de falência (Foto Reprodução/Exame)

Sendo assim, a partir de informações divulgadas pela reportagem da Bloomberg, Estadão e CNN, a equipe especializada em economia do TV Foco traz todo o parâmetro da situação e os impactos no setor até agora.

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O que aconteceu?

Fundada em 1983 na Flórida, a Hooters expandiu rapidamente graças ao seu modelo descontraído de atendimento, com ambiente informal, esportes na televisão e um cardápio simples, baseado em asas de frango, hambúrgueres e cerveja.

A imagem da marca se consolidou com garçonetes vestidas em uniformes icônicos, e o conceito ganhou projeção internacional.

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Garçonetes do Hooters (Foto Reprodução/Internet)
Garçonetes do Hooters (Foto Reprodução/Internet)

No auge, ultrapassou 300 unidades em diversos países.

Desde 2018, no entanto, a empresa começou a apresentar sinais de retração.

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Dados da consultoria Technomic indicavam que, naquele ano, a rede iniciou um ciclo de fechamento de unidades — redução que chegou a cerca de 12% da operação global.

A situação passou a se agravar nos anos seguintes:

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  • Em 2021, a empresa emitiu títulos lastreados em ativos no valor de US$ 300 milhões, numa tentativa de injetar liquidez. A operação, porém, não foi suficiente para estancar a queda no fluxo de clientes e o aumento desenfreado de custos com insumos e mão de obra.
  • Ao longo de 2024, a CNN e outras fontes locais reportaram o fechamento de diversas unidades em estados como Flórida, Kentucky, Rhode Island, Texas e Virgínia.
  • A empresa confirmou que os encerramentos foram motivados por pressões financeiras crescentes e aumento nos custos operacionais, sobretudo em alimentos e pessoal.
  • No final de maio de 2024, a Hooters anunciou oficialmente a venda de 100 unidades próprias para dois grandes franqueados — que já operavam restaurantes da rede nas regiões de Tampa, na Flórida, e Chicago.

O pedido de socorro:

Hooters deu um prazo de 90 a 120 dias para concluir a recuperação judicial (Foto Reprodução/Internet)
Hooters deu um prazo de 90 a 120 dias para concluir a recuperação judicial (Foto Reprodução/Internet)

De acordo com a marca, esses grupos representam aproximadamente um terço das franquias em operação no território americano.

No dia 31 de março de 2025, a companhia entrou com pedido de proteção contra falência no Tribunal do Texas.

A medida visava reestruturar dívidas e manter a operação em funcionamento durante o processo, semelhante ao que no Brasil é conhecido como recuperação judicial.

A expectativa da empresa é sair do Chapter 11 em um prazo de 90 a 120 dias.

Declarações da empresa

Na ocasião em que se fez o anúncio do pedido de falência, o CEO da Hooters of America, Sal Melilli, afirmou:

“O anúncio de hoje representa um marco importante em nossos esforços para reforçar a base financeira do Hooters e continuar oferecendo a experiência de hospitalidade obcecada pelos hóspedes e a comida deliciosa que nossos clientes e comunidades esperam.”

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A empresa também declarou que continuará operando normalmente durante o processo e que está avaliando a “pegada operacional”.

O que poderia significar o fechamento de mais unidades, embora não tenha confirmado quantas ou quando.

Neil Kiefer, CEO da Hooters Inc. — grupo franqueado que agora lidera parte da reestruturação — disse à Bloomberg que o objetivo é:

“Voltar às raízes da marca e tornar os restaurantes mais familiares.”

Ele criticou as gestões anteriores, feitas por grupos de private equity, alegando que não tinham “histórico ou experiência com a marca Hooters”.

Ao procurar sobre a situação atual da rede, a equipe do TV Foco apurou que a mesma ainda segue em recuperação judicial.

Quando o Hooters saiu do Brasil?

A Hooters desembarcou no Brasil em 2002, com uma unidade localizada em São Paulo, na Alameda Joaquim Eugênio de Lima, próxima à Avenida Paulista.

Em 17 de janeiro de 2022, a última unidade brasileira fechou definitivamente as portas.

De acordo com Marcel Gholmieh, presidente da holding Infinity Services — então responsável pela operação nacional da rede —, não havia nenhuma previsão de retorno da Hooters ao mercado brasileiro.

A empresa também operava no país as marcas Wendy’s e Jamie’s Italian.

Conclusão:

Em suma, a Hooters, símbolo da cultura casual americana, enfrenta seu maior desafio em mais de quatro décadas de história.

O pedido de falência e a venda de 100 unidades marcam um capítulo crítico na trajetória da marca, que tenta preservar sua relevância.

Mesmo com discurso otimista e planos de reestruturação, o cenário exige cautela, especialmente diante de um mercado altamente competitivo.

Por fim, aqui no Brasil, a marca encerrou operações em 2022 e, até o momento, não há qualquer indicativo de retorno.

Mas, para saber sobre mais casos e crises empresariais, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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