
Walcyr Carrasco no lançamento de “Êta Mundo Bom”
(Foto: Globo/Paulo Belote)
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Walcyr Carrasco iniciou a carreira profissional como jornalista e trabalhou nas redações de grandes jornais e revistas. Aos 28 anos, publicou seu primeiro livro, ‘Quando meu irmãozinho nasceu’. Depois escreveu ‘Vida de Droga’, ‘Em Busca de Um Sonho’, ‘Anjo de Quatro Patas’ e ‘Juntos para Sempre’, entre outros títulos.
Como dramaturgo, assinou peças de sucesso como Batom (1995) e Êxtase (1997), pela qual recebeu o prêmio Shell de melhor autor. Em 2008, Walcyr ingressou na Academia Paulista de Letras e, em 2010, ganhou o prêmio da União Brasileira dos Escritores pela tradução e adaptação de ‘A Megera Domada’, de Shakespeare.
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Para a TV, começou a escrever no final da década de 1980. A primeira novela na Globo foi ‘O Cravo e a Rosa’ (2000), dirigida por Walter Avancini, com quem repetiu a parceria em ‘A Padroeira’ (2001). As novelas ‘Chocolate com Pimenta’ (2003) e ‘Alma Gêmea’ (2005), dirigidas por Jorge Fernando, consagraram o autor no horário das seis. A estreia no horário das sete foi com a comédia romântica ‘Sete Pecados’ (2007). Depois escreveu ‘Caras e Bocas’ (2009) e ‘Morde e Assopra’ (2011). A primeira novela das nove foi ‘Amor à Vida’ (2013), e na faixa das onze, Walcyr escreveu a recente ‘Verdades Secretas’ (2015).
Como surgiu a ideia para escrever Êta Mundo Bom!?
Era um desejo meu, escrevi a sinopse de ‘Êta Mundo Bom!’ no ano passado. Fiz alguns trabalhos para o horário das seis com o Jorge Fernando e queria voltar para esse clima tão bom, tão agradável das novelas de humor ingênuo, revisitar esse universo.
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Fale um pouco sobre as referências para essa novela: o conto do Voltaire ‘Cândido ou o Otimismo’, o filme ‘Candinho’ estrelado por Mazzaropi e o conto “O Comprador de Fazendas”, de Monteiro Lobato.
Quando eu era criança e morava em Marília, no interior de São Paulo, meu pai me levava ao cinema quase todos os dias. Às vezes, até para ver dois filmes no mesmo dia, porque a programação mudava muito depressa. Mazzaropi faz parte da minha infância. E de certa maneira, essa novela é uma homenagem a meu pai. Eu também quis trazer a grande discussão que sustenta a todos nós, todo o tempo. O mundo é bom? Há motivos para ser otimista? Então, por que acontecem tantas coisas ruins? Aliei essa história central a “O Comprador de Fazendas”, de Monteiro Lobato, porque é um conto maravilhoso, que me acompanha desde a infância. Esses alicerces me ajudaram a criar uma história engraçada, divertida, mas também profunda, pois colocam em discussão uma grande questão humana. Vale a pena, enfim, ser otimista, acreditar que um dia tudo vai melhorar?
Quais as principais virtudes de Candinho e Pancrácio, os personagens de Sergio Guizé e Marco Nanini, que mais representam a mensagem de otimismo da novela?
Candinho é um otimista incurável, mas é esperto, consegue enxergar a verdade de uma maneira diferente das outras pessoas. Já Pancrácio é um filósofo e procura aquilo que é maior no ser humano. Pedindo esmola nas ruas, mesmo fingindo ser quem não é, ele ajuda as pessoas a serem mais generosas. Na trama, quando fala sobre o fato de não conseguir emprego como professor de filosofia, ele questiona o modo de ser das pessoas em geral, que não refletem sobre as grandes questões da vida e do universo. Pancrácio faz isso o tempo todo, é um personagem adorável.
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Na trama, há a radionovela Herança de Ódio, ouvida por vários personagens. O que o motivou a levar esse universo do rádio para ‘Êta Mundo Bom!’?
Quando eu era criança, acordava cedo e, antes de ir para a escola, enquanto tomava o café, minha mãe ouvia novelas de rádio. Por conta disso, quis reviver esse universo, que me traz as melhores recordações.
O que o público pode esperar de ‘Êta Mundo Bom!’?
A novela tem humor, romance, drama. Tudo junto. É uma volta às raízes, com a parte caipira, a ingenuidade. É uma novela de época, que retorna aos valores e a moral dos anos 40. Não se trata propriamente de uma novela histórica, mas a história é o pano de fundo. A grande inspiração é realmente o humor de Mazzaropi, mas agregado a uma história de São Paulo nos anos 40.
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