Zubeldía aposta no retorno do centroavante do Fluminense e abre caminho para um novo cenário sem depender apenas de Cano e Everaldo

Desde que Zubeldía chegou ao Fluminense, o time ganhou novas formas de se organizar, mas também novos dilemas. E um deles atende pelo nome de John Kennedy. O atacante voltou do futebol mexicano cheio de expectativa, cercado por memórias de bons momentos no Pachuca, mas a realidade no Rio é outra: poucos minutos, nenhuma atuação decisiva e um espaço cada vez mais disputado no elenco.

Contudo, até aqui, foram apenas 142 minutos jogados, tempo que parece pouco para quem carrega o rótulo de promessa, mas suficiente para levantar dúvidas sobre qual será o seu papel.

Essa situação cria uma encruzilhada para o técnico argentino. Ele já tem Cano consolidado como referência e Everaldo como opção consistente. Ainda assim, precisa administrar um talento que não pode ser deixado de lado, mas que também não mostrou impacto imediato.

Além disso, o treinador já disse de forma clara: “é 50% minha responsabilidade e 50% dele”. A frase, quase um recado público, mostra que Zubeldía não pretende blindar o jovem sem exigir contrapartida. É um equilíbrio delicado, dar minutos sem comprometer o rendimento da equipe, cobrar evolução sem desgastar o jogador.

Porém, o tempo, nesse caso, corre mais contra John Kennedy do que a favor. O calendário é sufocante, as cobranças da torcida crescem e o ambiente exige respostas rápidas. A cada jogo em que ele entra e não entrega, aumenta a pressão.

Além disso, para um garoto ainda em busca de confiança, cada chance desperdiçada pesa o dobro. O treinador sabe disso, mas também não pode bancar paciência infinita, porque a temporada não espera.

O que vai acontecer com John Kennedy no Fluminense?

O encaixe tático talvez seja o maior desafio. Cano não sai do time. Everaldo ganhou importância. E onde entra John Kennedy? O jovem pode atuar pelos lados, pode buscar arrancadas, pode até servir como contraponto à referência fixa do argentino.

Além disso, o próprio técnico destacou que vê nele características diferentes, uma “arrancada” que pode mudar a dinâmica. Mas o que se vê em campo, até agora, é um jogador oscilando entre a tentativa e a frustração.

Porém, existe também a questão da confiança, que vai além de tática e treino. Se John Kennedy se sentir apenas como mais um no banco, sem perspectiva real, pode se acomodar. Por outro lado, se perceber que cada minuto é chance de virar o jogo, pode se transformar. Por fim, esse é o jogo psicológico que o treinador precisa jogar nos bastidores: não perder o jogador antes mesmo de ele se encontrar.

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