Volkswagen, Fiat e mais não esperavam : A falência de montadora e venda de carros por mixaria

Montadora, rival da Volks, Fiat e mais, afunda sob R$ 5 bilhões em dívidas, pede falência nos EUA e liquida carros a preço de banana

11/11/2025 6h00

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Montadora entrou em falência chocando rivais como a Volks e mais (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Lennita/GMN/Canva)

Montadora, rival da Volks, Fiat e mais, afunda sob R$ 5 bilhões em dívidas, pede falência nos EUA e liquida carros a preço de banana após fracassar em atrair investidores

Por décadas, a indústria automotiva viveu de promessas grandiosas. A eletrificação dos veículos, tida como o futuro do setor, transformou startups em fenômenos momentâneos de mercado e até mesmo a Fiat, Volkswagen e outras montadoras ditas como populares já possuem linhas desse segmento.

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No entanto, o que essas montadoras não esperavam é que uma grande e forte rival em carros elétricos acabou entrando em colapso e sua falência a obrigou a vender seus carros a preço de banana, ou seja, uma mixaria.

Trata-se da norte-americana Fisker Inc., que nasceu sob holofotes e comparações com outras gigantes.

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A empresa acumulava dívidas equivalentes a R$ 5,4 bilhões e teve a falência decretada em junho de 2024, encerrando uma trajetória que começou com sonhos de inovação.

Com base em informações do InfoMoney, Inside EVs e portal Wiki, trazemos mais informações sobre esse colapso abaixo.

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Da ascensão meteórica à derrocada

Fundada em 2016 pelo designer Henrik Fisker, conhecido por seu trabalho na BMW e na Aston Martin, a companhia nasceu com a ambição de reinventar a mobilidade elétrica.

Seu primeiro grande produto, o SUV Ocean, prometia autonomia de ponta, design premium e sustentabilidade, uma combinação que empolgou investidores e consumidores.

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A Fisker optou por um modelo ousado: produzir sem fábricas próprias, terceirizando a montagem para reduzir custos.

A estratégia, celebrada à época, logo se revelou um erro fatal. Problemas de escala, gargalos logísticos e falhas no controle de qualidade corroeram a confiança no projeto.

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No ano de 2020, a empresa abriu capital na Bolsa de Nova York por meio de uma fusão com uma SPAC, levantando capital e atraindo investidores animados com o boom dos veículos elétricos.

O entusiasmo, porém, não resistiu à realidade operacional: os recursos se esgotaram rapidamente, e os custos dispararam.

O colapso

A partir de 2023, sinais de esgotamento tornaram-se públicos. Em relatórios oficiais, a Fisker alertou para “dúvidas substanciais” sobre sua capacidade de continuar operando.

As dificuldades se agravaram em 2024, quando a empresa fracassou em obter um acordo de investimento que poderia salvar suas operações.

Sem capital, a montadora deixou de pagar juros de dívidas em abril do mesmo ano e começou a cortar operações.

Além disso, o caixa secou e os problemas se multiplicaram:

  • Falhas no sistema de frenagem;
  • Defeitos de software;
  • Atrasos nas entregas dos SUVs Ocean.

Todas essas situações minaram a imagem da marca e provocaram devoluções, ou seja, o que era para ser um sonho virou crise.

A falência:

No dia 18 de junho de 2024, a Fisker entrou oficialmente com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos, sob o Capítulo 11 da legislação americana.

Inclusive, esses processos revelaram números alarmantes:

  • Ativos entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, contra passivo próximo a US$ 1 bilhão — o equivalente a R$ 5,4 bilhões.

A empresa reconheceu que manter as operações era impossível e decidiu vender todos os seus ativos.

A lista de credores inclui fornecedores de tecnologia, fabricantes de componentes e investidores institucionais, que perderam milhões em notas conversíveis e empréstimos de alto risco.

Carros a preço de banana

Durante o processo, a Fisker colocou no mercado cerca de 3 mil unidades do SUV Ocean por valores muito abaixo do original, em uma tentativa de levantar caixa e encerrar compromissos.

A liquidação provocou uma forte desvalorização dos veículos já entregues, frustrando clientes que pagaram preço integral.

A produção foi suspensa por tempo indeterminado, e a maioria dos funcionários foi demitida, encerrando de fato a existência da Fisker como montadora independente.

O que a empresa disse?

Ao protocolar o pedido de falência, Henrik Fisker afirmou em comunicado que a companhia enfrentouobstáculos de mercado e macroeconômicos que impactaram diretamente nossa capacidade de operar com eficiência”.

Ele também responsabilizou o cenário global de desaceleração do mercado de elétricos, citando custos altos, competição acirrada e dificuldade em obter novos financiamentos.

A empresa reforçou que, após avaliar alternativas, “a venda de ativos sob o Capítulo 11 é o caminho mais viável para preservar algum valor e garantir o mínimo de suporte a clientes e parceiros”.

Em sua última nota pública, a Fisker prometeu manter suporte técnico aos proprietários dos SUVs Ocean enquanto for possível, reconhecendo que a prioridade agora é concluir a liquidação de bens.

Por fim, a história da Fisker resume o dilema de toda uma indústria, uma vez que o futuro dos carros pode ser elétrico, mas, sem gestão eficiente, até o mais brilhante dos projetos perde força antes da linha de chegada.

Mas como está o mercado de carros elétricos no Brasil?

Enquanto a Fisker fecha as portas, o mercado de veículos elétricos no Brasil segue em expansão.

Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que:

  • Entre janeiro e setembro de 2025, foram vendidos 53.379 carros elétricos;
  • Um crescimento expressivo em relação ao ano anterior.

A BYD, de origem chinesa, domina o setor com 75,3% do market share, impulsionada pelo sucesso do Dolphin Mini, que soma mais de 20 mil unidades vendidas.

Outras montadoras, como Volvo e GWM, competem por espaço, mas ainda ficam distantes da liderança.

O avanço, no entanto, traz desafios:

  • Descarte de baterias de lítio;
  • Infraestrutura de recarga limitada;
  • Custos elevados que ainda travam o acesso em massa ao carro elétrico no país.

Mas, para saber mais sobre outras falências, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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