Falência confirmada após 72 anos expõe dívida de R$10 bilhões e revela que o Banco Central já sabia da crise no banco número 1 do Paraná
A falência de um dos bancos mais antigos e relevantes do Paraná, com 72 anos de atuação, expõe um rombo bilionário de R$10 bilhões.
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O fim da instituição acendeu o alerta do Banco Central, que acompanhava de perto a deterioração da instituição.
O TV Foco, a partir do seu time de especialistas em finanças e das informações do Brasil de Fato, detalha agora a falência do Banestado.
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Fim do banco Banestado
O Banco do Estado do Paraná (Banestado) desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico do estado desde sua fundação em 1928 por Affonso Alves de Camargo.
Porém, durante décadas, o banco financiou projetos de infraestrutura e apoiou o setor agroindustrial,. Além disso, consolidando-se como uma das instituições financeiras mais sólidas do país até meados dos anos 1990 .
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Dificuldades financeiras
Na década de 1990, o Banestado enfrentou sérias dificuldades financeiras, agravadas por práticas de empréstimos de alto risco e má gestão.
Contudo, em 1997, o então governador Jaime Lerner contraiu um empréstimo de R$ 5,6 bilhões junto à União para sanear o banco, evitando uma intervenção do Banco Central.
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Venda para o Itaú
Apesar do aporte financeiro, o Banestado foi privatizado em 17 de outubro de 2000, sendo adquirido pelo Banco Itaú por R$ 1,625 bilhão, com um ágio de 303% sobre o preço mínimo estabelecido.
A venda, no entanto, não solucionou os problemas financeiros do estado, que continuou a arcar com uma dívida significativa.
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A privatização resultou em consequências sociais e econômicas negativas.
Além disso, dos 15 mil funcionários que o banco possuía antes da venda, restavam menos de 500 em 2019.
Contudo, 76% das agências foram fechadas nos dois anos seguintes à privatização, dificultando o acesso da população aos serviços bancários.
Principais marcos da trajetória do Banestado:
- 1928: Fundação do banco por Affonso Alves de Camargo.
- 1997: Empréstimo de R$ 5,6 bilhões do governo estadual para sanear o banco.
- 2000: Privatização e venda ao Banco Itaú por R$ 1,625 bilhão.
- 2018: Dívida do estado com a União atinge R$ 10,3 bilhões, com previsão de quitação até 2048.
Houve corrupção no banco Banestado?
A operação de privatização do Banestado também foi marcada por escândalos de corrupção.
Entre 1996 e 2002, pessoas e empresas desviaram aproximadamente R$ 30 bilhões por meio de contas CC5, utilizadas para remessas ilegais de dinheiro ao exterior.
Porém, as investigações originaram duas CPIs, mas as autoridades puniram poucos responsáveis, e o estado continuou pagando as consequências financeiras.
CONCLUSÃO
Por fim, a história do Banestado exemplifica os desafios e riscos associados à privatização de instituições públicas sem a devida transparência e responsabilidade.
A venda do banco não apenas falhou em resolver os problemas financeiros do estado, mas também resultou em perda de empregos, fechamento de agências e uma dívida que continua a impactar o orçamento público décadas depois.
Veja também matéria especial sobre: Banco Central ciente: Falência devastadora atinge banco tão famoso quanto Itaú após 51 anos.